Os três dias de conferência do 6.º Encontro Nacional de Limpeza Urbana (ENLU), que terminou na passada sexta-feira, dia 27 de setembro, reafirmaram a importância do evento no calendário nacional do setor do Ambiente. Duzentos e vinte participantes rumaram à Madeira para assistir à conferência anual da Associação Limpeza Urbana (ALU), numa edição especial que teve a cidade do Funchal como anfitriã. O 6º ENLU serviu ainda de palco para o lançamento de diversas novidades da ALU.
Com o tema central “Limpeza Urbana + Sustentável”, o 6.º ENLU levou ao Funchal representantes de cerca de 50 autarquias de todo o país, que, entre os dias 25 e 27 de setembro, estiveram no Centro de Congressos do VidaMar Resort Hotel para ouvir um programa com dezenas de oradores nacionais e internacionais. Na sessão de abertura, onde estiveram presentes a presidente da Câmara Municipal do Funchal, Cristina Pedra, a secretária regional de Agricultura, Pescas e Ambiente, Rafaela Fernandes, e o secretário de Estado do Ambiente, Emídio Sousa, o presidente da Direção da ALU, Luís Almeida Capão, explicou a razão para a escolha do Funchal como município anfitrião, lembrando a ambição da ALU de levar o debate e a partilha de conhecimento sobre a limpeza urbana a todo o território nacional.
“Não queremos que o conhecimento partilhado fique só dentro das quatro paredes deste auditório. Queremos divulgar todos os projetos, todas as iniciativas para que sejam replicáveis, queremos fazer pontes para que o caminho seja mais fácil para todos”, afirmou Luís Almeida Capão. Para apoiar esse objetivo, o dirigente anunciou a iniciativa “Limpeza Urbana e Sustentabilidade”, uma publicação de 76 páginas, criada pela ALU especialmente para este Encontro, que dá a conhecer o programa do evento e o trabalho dos seus patrocinadores associados. Luís Almeida Capão ofereceu, em mãos, um exemplar da publicação aos três governantes, tendo a mesma sido distribuída gratuitamente aos participantes do evento e enviada para os 308 municípios do país.
Ao longo dos três dias, o programa de conferências debruçou-se sobre os três pilares da sustentabilidade: “+ Ambiente, + Economia, + Pessoas”. Oradores internacionais e nacionais deram o seu contributo para o esclarecimento de temas como o cumprimento das metas europeias para os resíduos, a renaturalização das cidades, a importância do envolvimento das comunidades, as ferramentas de governança e cidadania participativa, a eficiência no uso de recursos, o contributo das novas tecnologias para a transparência do setor e a importância da limpeza urbana para a felicidade das comunidades.
Formação técnica e partilha de conhecimentos
Além da publicação “Limpeza Urbana e Sustentabilidade”, a ALU aproveitou a ocasião para lançar uma nova ferramenta de apoio a quem trabalha no setor. “Resíduos e Limpeza Urbana: Guia Simplificado da Legislação para Municípios” é o título da publicação digital, disponível on-line, que pretende apoiar os técnicos municipais na interpretação das mais recentes alterações legislativas nos setores dos resíduos e limpeza urbana. Desenvolvido para a ALU por técnicos especializados, este guia usa linguagem prática e acessível de modo a tornar a legislação mais clara para todos.
O 6.º ENLU incluiu também a componente formativa, com a Masterclass “Avaliar a Limpeza Urbana”, na qual foi possível conhecer as experiências de cidades francesas e de Madrid no desenvolvimento de indicadores de limpeza. A sessão teve como objetivo abrir caminho para a criação de um grupo de trabalho entre os associados da ALU com vista ao desenvolvimento de um índice nacional de limpeza urbana que reflita a perceção do estado de limpeza das cidades por parte dos cidadãos, mas também o modo como os serviços são prestados pelas entidades, conforme é exigido no Plano Estratégico para os Resíduos Urbanos (PERSU 2030).
Com um objetivo semelhante, os participantes puderam também assistir a uma visita técnica virtual ao Município do Funchal, na qual os responsáveis técnicos das áreas de Ambiente e Limpeza Urbana mostraram como é feito este trabalho na cidade madeirense.
Ao longo do evento, três Palcos da Inovação juntaram, à mesma mesa, representantes de empresas do setor e responsáveis municipais para debater os desafios e as tendências do mercado da limpeza urbana e da recolha de resíduos, desde a transição energética às inovações tecnológicas, passando pelas soluções pensadas para o utilizador. Por sua vez, os decisores municipais encontraram o seu espaço nas várias mesas-redondas do programa, que visaram temas como as estratégias de sustentabilidade, a eficiência dos recursos e os efeitos de dinâmicas como a crise da habitação, o excesso de turismo e a sazonalidade no serviço de limpeza das cidades.
7.º ENLU já tem data e local marcados
Depois de Braga, Loulé, Cascais e Funchal, segue-se a cidade do Porto como anfitriã do 7.º ENLU, que terá lugar entre os dias 7 e 9 de julho do próximo ano. Em 2025, além da habitual conferência, o ENLU contará também com a componente expositiva, Urban Cleaning Expo & Showroom, e a Alfândega do Porto é o espaço escolhido para receber o evento.
O anúncio da data e do local para o 7.º ENLU foi feito durante o Jantar Oficial da edição deste ano. “É uma enorme honra podermos realizar o encontro da nossa associação num espaço tão nobre como a Alfândega do Porto. O trabalho que tem sido feito na cidade do Porto, através da Porto Ambiente, nossa associada, é uma referência para todo o país e teremos, com certeza, muitos motivos para debate e inspiração para o futuro”, afirmou Luís Almeida Capão.
O entusiasmo é também partilhado pelo Município Anfitrião da próxima edição. “Em 2023, quando arrancámos com a internalização da limpeza urbana, estávamos cientes dos enormes desafios que iríamos enfrentar e do possível impacto para a cidade. Dois anos volvidos, e com esta área perfeitamente consolidada, é com enorme satisfação que o Porto acolhe o 7.º ENLU. Esta será uma oportunidade de excelência para a cidade mostrar o seu trabalho e servir de palco para um debate alargado com os mais reputados especialistas nacionais e internacionais deste setor”, refere Filipe Araújo, vice-presidente da Câmara Municipal do Porto.