Alberto João Jardim teceu fortes críticas à liderança de Miguel Albuquerque, entendendo tratar-se de “um líder que não une, não serve”. “Quando vi em 2015 que o PSD/Madeira estava já fraturado e que já não havia possibilidade de uni-lo, disse que me ia embora”, evocou, em declarações à TSF.
O ex-presidente do Governo Regional considera que o partido está desunido. “Alimentou-se a desunião e quando há estas situações que vêm de fora do partido, o partido, como está desunido e porque perdeu força, não tem capacidade para lutar contra estas investidas da justiça baseadas em denúncias anónimas.”
Acha, no entanto, que ninguém é culpado na condição de arguido, mas se fosse Albuquerque já teria se demitido. “Seria saudável quer para a região, quer para o PSD ele sair com dignidade e ser tratado com dignidade”, acrescentou.
Disse ainda estar triste com o “desmoronar” do trabalho que realizou no PSD ao longo de 40 anos, mas também não poupou nas críticas à oposição.
Primeiro o Chega: “Quando apoiou a formação do governo do PSD já sabia que havia investigações judiciais. Depois, aprovou um Orçamento e de repente dá-lhe na real gana e apresenta uma moção de censura, sem mais, nem menos.”
Depois o PS: “Vai aprovar uma moção de censura cujo texto é contra o próprio PS. Tudo isto é uma baralhada. Depois aparecem uns partidos que diziam o piorio do PSD, mas que agora estão na retranca e dizem que não sabem se votarão a favor ou não da moção.”
Sobre a iminência de novas eleições, é cáustico. “Isto nem em Itália! Só de pensar que vamos andar mais uns anos a brincar com governos a cair sucessivamente porque a direção atual do PSD Madeira é incompetente e os partidos da oposição também o são.”
Acredita, porém, que há solução em vista. “É preciso aparecer alguém acima das fações e que acabe com os grupos, que chame os melhores que cada grupo tem e fazer a reconstrução do PSD/Madeira”.