Rafael Nunes, vice-presidente do Grupo Parlamentar do JPP critica, em comunicado, a atuação do Governo Regional em relação aos prometidos apoios à produção de cana-de-açúcar, apontando para uma “evidente falta de compromisso” da Secretaria da Agricultura em pagar o apoio de 10 cêntimos prometido durante a campanha eleitoral para as regionais de 26 de maio.
“Em vésperas de eleições, este PSD que é hoje Governo, comprometeu-se a apoiar os produtores de cana-de-açúcar em 10 cêntimos para fazer face aos elevados custos de produção. Passaram-se mais de 5 meses e esse compromisso ainda não foi concretizado”, lamentou o deputado, considerando que até ao momento as promessas feitas pela Secretaria da Agricultura, ao longo dos últimos meses, “ainda não passaram de promessas”.
Depois de ter sido recusada, em junho, uma proposta do JPP para “pagar um preço justo pela cana-de-açúcar”, na ordem dos 55 cêntimos/Kg, defende o parlamentar que “o mínimo que poderíamos esperar por parte da Secretaria da Agricultura seria o pagamento dos prometidos 10 cêntimos/Kg, no mais curto espaço de tempo, mas nem isso foi assegurado”.
“Depois de, em julho, e confrontada com o atraso no pagamento, a governante se ter desculpado com a falta de orçamento regional e em setembro ter voltado a empurrar o compromisso para um vago e indefinido será para breve, os agricultores sentem que esta foi mais uma mentira desta governação”, afirma o partido.
“Esta promessa foi feita em abril, o Orçamento foi aprovado em julho e em pleno mês de outubro, os agricultores continuam sem receber o apoio”, refere o deputado do JPP, acusando o Governo Regional de falta de “prioridades com a palavra dada aos produtores de cana-de-açúcar”.
“O rendimento dos produtores de cana-de-açúcar tem vindo a reduzir ano após ano, devido ao custo da mão-de-obra, aumento do preço dos adubos e de outros fatores de produção, e do lado do Governo não conseguem cumprir com o que prometem, o que não deixa de ser revelador da profunda insensibilidade para com os agricultores e a agricultura”, criticou.
“É revoltante para um agricultor saber que o Governo não tem 10 cêntimos para os produtores de cana, enquanto ouvem notícias de milhões de euros “espatifados” para fins muito menos nobres do que o apoio ao setor primário”, acrescenta Rafael Nunes, frisando que “não podemos continuar a admitir que o rendimento do produtor continue tão baixo enquanto o preço da aguardente continua em alta e enquanto os engenhos continuam a ver os seus ganhos a aumentar significativamente todos os anos”.