A Junta de Freguesia do Caniço mostra-se determinada em encontrar uma solução para revitalizar o acesso à Praia da Canavieira e garante estar a analisar todas as hipóteses, a fim de perceber se é possível repor a segurança no local.
A posição de Milton Teixeira, publicada nas suas redes sociais, surge na sequência de uma denúncia de um grupo de Facebook intitulado ‘Cana Vieira uma Praia da Madeira’ que, conforme avançou esta manhã o JM, mostra-se indignado com o que considera ser a apropriação da Vereda da Praia da Canavieira por parte de um particular. O grupo, que conta já com quase mil membros, pede uma intervenção célere por parte das entidades competentes para travar e demolir as obras em curso no local e pede a reabertura deste que é o único acesso à praia.
O presidente da Junta começa por lembrar que o acesso ao local foi encerrado em 2018, mais precisamente a 27 de julho de 2018, após uma ação inspetiva das condições de segurança levada a cabo pela Junta de Freguesia do Caniço e pela Proteção Civil Municipal.
“Nesta visita foi notória a falta de segurança do acesso, colocando em risco todos aqueles que ali passavam para a praia. Estruturas de segurança (incluindo varandins) abandonadas há diversos anos e já sem possibilidade de sustentação da base das mesmas, piso escorregadio, quedas de pedras e diversas fendas de grande dimensão que, no entender dos especialistas da proteção civil, poderiam provocar a queda de pedras maiores, com todos os riscos de segurança que esta queda poderia acarretar. Acesso abandonado há anos”, frisa o autarca.
Além da situação elencada, Milton Teixeira lembra também os vários episódios que se verificavam no local, nomeadamente no que respeita a atividades ilícitas que levaram, inclusive, à intervenção dos órgãos de polícia criminal.
O presidente faz ainda questão de recordar que, em julho de 2021, após a pandemia, a Junta de Freguesia colocou uma equipa durante 15 dias a fazer a limpeza deste acesso, tendo pedido uma nova reavaliação à Proteção Civil Municipal. “A vistoria foi feita em conjunto e, se em 2018 não havia condições, em 2021 pior. As fendas apresentavam fissuras maiores”, apontou.
“Custou participar nesta decisão? SIM! Foi uma das minhas praias na infância e que tantas recordações deixou. Mas pelas razões descritas atrás, prefiro ser penalizado por uma decisão impopular do que viver com a consciência de alguém se magoar a sério naquele local, ou, pior ainda, perder a vida!”, afiançou.
“Podia haver obras e melhorar o acesso? Claro que sim!”, admitiu, explicando que, neste momento, a Junta está a verificar todas as hipóteses, incluindo com a intervenção especializada dos rocheiros do Governo Regional, para verificar se conseguirão os serviços mínimos indispensáveis para repor a segurança.
Tendo em conta que se trata do Domínio Público Marítimo, a Junta, como já referido, garante estar a “envidar todos os esforços possíveis, com diversas entidades, para tentar encontrar uma solução para revitalizar o acesso a esta praia, sem colocar em causa a estabilidade orçamental” da Junta.