É pública a minha vontade em me candidatar à presidência da Câmara Municipal de Santa Cruz, como é pública a moção de candidatura que já apresentei ao meu partido.
Considero mesmo a minha candidatura como natural quando falamos dos últimos 12 anos e da trajetória de sucesso, sempre sufragada com maiorias absolutas pela população.
Por isso, avanço por vontade própria, mas avanço também com a legitimidade, o capital político e a experiência de 12 anos de trabalho e de liderança de projetos ainda em curso.
Avanço porque me parece natural e desejável que, no seio do JPP, a transição de um ciclo a outro seja pautada por uma mudança na continuidade e não por uma rutura total. Até porque esta segunda opção será sempre exercida ao arrepio daquela que tem sido a vontade expressa pela população no apoio inequívoco à atual equipa.
Em política, como na vida, todas as escolhas e todos os caminhos são passíveis de leituras. Neste sentido, uma rutura total com o passado por parte de um partido que tem uma trajetória e um projeto de poder em Santa Cruz transporta, inevitavelmente, um julgamento e uma recusa de uma continuidade e de um projeto com provas dadas e amplamente legitimado pela população.
Sendo pública a minha decisão e a minha vontade em liderar uma candidatura, posição que nunca o meu partido me disse ser ilegítima, indesejável ou incompatível com as metas do JPP, creio que a minha disponibilidade deveria ser aceite como pacífica e potenciadora de mudança na continuidade.
Os últimos 12 anos pautaram-se por sucessivas conquistas, que foram da recuperação financeira de um município em situação de falência, à implementação de medidas sociais inovadoras, recuperação de infraestruturas públicas, reabilitação de espaços de lazer, uma política ambiental sustentada, e a implementação de uma dinâmica cultural e de eventos que colocaram Santa Cruz num lugar que nunca antes havia ocupado.
Todas estas conquistas foram alicerçadas num plano de organização dos serviços camarários que potenciou melhores fluxos internos, maior capacidade de resposta e a implementação de um serviço orientado para a produtividade e para níveis de satisfação crescentes por parte dos destinatários finais da ação autárquica: os munícipes.
Tendo acompanhado de perto todas estas dinâmicas, a minha candidatura estaria assim orientada não apenas para a continuidade dos projetos em curso, mas também para dar o salto qualitativo que falta.
Agora é chegada a hora de ter uma visão mais macro de novos projetos capazes de dar a este território a importância geográfica que tem, potenciar as suas mais valias culturais e económicas e lançar mão a novos projetos que respondam aos anseios da população, mas também ao seu crescimento demográfico, a um tecido social de famílias jovens e com filhos, e a uma crescente e legítima ambição dos que aqui vivem e que precisam e anseiam por melhores espaços públicos, por serviços inovadores, e por infraestruturas modernas.
O caminho a seguir não é o de abandonar os projetos em curso, mas o da complementaridade com medidas macro de desenvolvimento e valorização do território como mola impulsionadora de novas dinâmicas e de qualidade de vida.
Com o capital de passado que conheço e que ajudei a implementar, com o conhecimento prévio das dinâmicas e dos serviços camarários que ajudei a reestruturar, creio ser uma mais-valia para dar continuidade ao projeto em curso, orientado para novas medidas que capacitem o nosso concelho para uma trajetória de progresso qualitativo e para a implementação de medidas direcionadas ao tecido social e económico nas suas fragilidades, mas também nas suas potencialidades.