A candidatura do Livre às eleições regionais, após auscultação aos produtores de cana-de-açúcar, defendeu a dignificação e criação de melhores condições de trabalho nesta área do setor primário, uma vez que “só para este ano eleitoral, os produtores de cana-de-açúcar vão receber 50 cêntimos por cada quilo que entreguem aos engenhos”.
“A subida do preço de 34 para 50 cêntimos foi acertada entre o Governo e os Engenhos”, um “aumento histórico para o setor”.
”Os engenhos vão pagar a miséria de seis cêntimos a mais, para garantirem a sua produção que lhes potencia lucros exponenciais. A Europa através do POSEI comparticipa com mais quatro cêntimos (21 cêntimos), e o governo da Madeira mais dez cêntimos, mas em 2025 serão realizadas outras contas e outras contabilidades, nada está garantido”, alertou o Livre.
O partido defende que “os agricultores devem fazer parte do grupo de trabalho” e, de forma continua, das mesas de negociações, sendo que “seria uma mais valia para o setor que a riqueza que ele gera fosse distribuída de forma justa entre as diferentes partes deste setor de produção.”
Neste âmbito, o Livre compromete-se a acompanhar a evolução destas questões , juntamente com os engenhos, a mesa da ACIF, a ACOESTE, e o Governo Regional.
“As soluções que serão instruídas sobre a indexação do preço versus qualidade da cana de açúcar devem de ser realizadas de forma transparece e consensual, entre produtores e engenhos.”
“Defendemos que o próprio agricultor disponha de um sistema de análises para que o ele mesmo possa gerir de forma independente a qualidade do seu trabalho e da sua matéria-prima”, refere ainda o partido.
Em suma, prossegue, o Livre estará “atento a que o próximo governo regional mantenha a valorização do preço da cana-de-açúcar e que a valorização de 2024 não se traduza em número de ilusões para distrair e contentar o eleitorado.”
“O potencial económico do setor é real e já é visível pelo aumento do volume de negócios, tendo em conta que em 2023 os engenhos realizaram mais de 5 milhões de euros, uma garrafa de RUM envelhecida já custa 100 euros, e também disparou a procura da aguardente para fazer poncha na Madeira”, justifica.
O Livre defende que “os 779 agricultores de cana-de-açúcar sejam valorizados de forma a manter os agricultores existentes, transformar esta atividade mais atrativa e viabilizar a continuidade da produção de cana-de-açúcar no futuro.”
Relembra, por fim, que “a procura dos engenhos já é mais elevada que a oferta em 2023 e a tendência será a mesma em 2024.” “Claramente há necessidade de manter os agricultores atuais e de atrair novos produtores de cana-de-açúcar”, conclui.