A Operação de Realojamento das Famílias da Fajã das Galinhas, promovida pela Autarquia de Câmara de Lobos foi distinguida com Prémio Excelência Autárquica na área de Ação Social. Esta foi uma operação de resposta emergencial que se seguiu aos devastadores incêndios que atingiram a localidade em agosto deste ano.
A Operação de Realojamento das Famílias da Fajã das Galinhas que visou garantir o realojamento seguro e digno de 114 pessoas, foi distinguida pela sua inovação e eficácia, com Prémio Excelência Autárquica na área de Ação Social, promovido pela organização Cidade Social.
A vereadora Sónia Pereira, responsável pelo pelouro da Educação, Intervenção Social e Juventude, destacou a importância desta operação para a comunidade.
“Este prémio é um reconhecimento do esforço coletivo da nossa equipa, dos parceiros institucionais e da própria população de Câmara de Lobos. A operação de realojamento das famílias da Fajã das Galinhas revelou-se um desafio sem precedentes, mas também uma oportunidade de demonstrar a nossa capacidade de resposta a situações de crise. O nosso objetivo principal foi sempre garantir que estas famílias, forçadas a abandonar as suas casas devido aos riscos de deslizamento, pudessem encontrar segurança e dignidade nas suas novas habitações.”
81 pessoas realojadas até sexta-feira
Até à próxima sexta-feira estarão realojadas 81 pessoas, sendo as restantes 35 alojadas à medida que forem surgindo mais imóveis disponíveis.
Estes realojamentos foram possíveis através do recurso a uma estratégia inédita na Região Autónoma da Madeira: a criação de uma “bolsa de imóveis desocupados” em parceria com entidades públicas e privadas. Este modelo permitiu uma solução rápida e eficiente, proporcionando às famílias atingidas melhores condições de segurança e autonomia.
O plano de realojamento foi implementado no terreno após a declaração da Situação de Calamidade no Município de Câmara de Lobos e da Situação de Alerta na localidade da Fajã das Galinhas, devido aos danos geológicos causados pelos incêndios. A instabilidade do terreno tornou perigoso o retorno das famílias às suas casas, obrigando à sua retirada imediata. Entre os realojados, 79 pessoas foram acolhidas por familiares e amigos, enquanto 43 pessoas ficaram temporariamente em centros comunitários.
A vereadora Sónia Pereira sublinhou ainda a importância da rede de parcerias que se formou. “Conseguimos mobilizar uma rede de 39 entidades, entre instituições públicas e privadas, que se prontificaram a colaborar. A criação de uma bolsa de imóveis desocupados e de um banco de donativos foi fundamental para acelerar o processo de realojamento e minimizar os impactos desta crise na vida das famílias.”
Este esforço conjunto resultou na angariação de 23 imóveis, dos quais 11 pertencem ao setor público e 12 ao privado, sendo que alguns destes foram cedidos gratuitamente por particulares, um gesto que a autarquia agradece profundamente.
Esta operação municipal também prevê uma estratégia de longo prazo para garantir a continuidade e segurança destas famílias. O município comprometeu-se a suportar os custos da requalificação dos imóveis que necessitam de pequenas obras, além de assegurar os contratos de arrendamento de imóveis cedidos por particulares, até estarem disponíveis imóveis permanentes
. Para tal está igualmente em curso uma candidatura ao Programa 1.º Direito, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que permitirá garantir a sustentabilidade do projeto e a construção de novas habitações.