O esteve em contactos com trabalhadores do sector da hotelaria e similares, para denunciar “uma realidade laboral que reprime direitos, promove a precariedade que mais parece a escravatura dos tempos modernos”.
Ricardo Lume referiu que “seria de esperar com as notícias anunciadas pelos empresários do sector da hotelaria e pelo Governo Regional, que estamos a viver os melhores anos de sempre no sector, tanto a nível de dormidas, como a nível de visitantes ou mesmo de receita por quarto, que as condições laborais de quem trabalha no sector estivessem a melhorar, garantindo estabilidade no vínculo com a entidade empregadora e que existisse uma verdadeira valorização dos salários tendo em conta o aumento da produtividade”.
Contudo, o dirigente do PCP referiu que “a realidade demonstra, apesar da propagandeada falta de mão de obra no sector que a precariedade laboral continua a ser utilizada abusivamente demonstrando uma enorme contradição”.
Segundo o PCP, em agosto último, “o mês em que o sector cresceu mais de 4% relativamente ao ano passado, 190 trabalhadores do sector da hotelaria e similares engrossaram os números do desemprego por verem acabar o seu vínculo de trabalho, ou seja, são mais de 28% das novas inscrições no Instituto de Emprego. No total são mais de 1.110 trabalhadores do sector que estão oficialmente desempregados”.
“A pergunta que se coloca é se efetivamente há falta de trabalhadores no sector, ou se as entidades patronais não querem pagar o justo valor a quem trabalha e promover a instabilidade laboral?”, lançou Ricardo Lume, acrescentando que “não é aceitável que não exista uma verdadeira valorização dos trabalhadores, das suas remunerações e a garantia de estabilidade laboral, quando o sector está em franco crescimento”.
Ricardo Lume disse ainda que no dia de hoje, “fomos informados que existe administrações de unidades hoteleiras que coagiram os seus funcionários a assinar o Banco de Horas e em contrapartida teriam um bónus no salário, mas após a assinatura do acordo, informaram que quem exercer os seus direitos em matéria de saúde, por motivos de doença, ou até mesmo assidentes de trabalho assim como direitos de parentalidade, é lhes retirado a referida bonificação salarial, numa clara repressão a direitos dos trabalhadores”.
“Mas a exploração não fica por aqui, há unidades hoteleiras que fazem negócio com os seus trabalhadores, cobrando pelo estacionamento das suas viaturas na garagem do hotel, sem sequer passar recibo sobre a receita cobrada”, denunciou ainda.
Ricardo Lume sublinhou que “os trabalhadores do sector não estão condenados à precariedade laboral, aos baixos salários e à repressão dos seus direitos. A união dos trabalhadores é fundamental para garantir a estabilidade laboral, o respeito pelos direitos e o aumento dos salários para garantir uma vida melhor”.