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Arquipélago da Madeira poderia ser património biocultural da humanidade - defende especialista

Data de publicação
11 Outubro 2024
18:18

“Acho mesmo que o arquipélago da Madeira no seu conjunto podia ser, de uma forma inovadora, o património biocultural da humanidade”, defendeu, esta tarde, Helena Freitas, no seminário ‘Agricultura: Presente e Futuro’, no âmbito da II Edição do Festival Agrícola e Repentista da Madeira (FARM), que decorre no salão nobre da Câmara Municipal de Santana.

Neste encontro, a especialista abordou a temática ‘A Ciência Ecológica e o Futuro dos Sistemas Agroalimentares’.

Para ser património biocultural da humanidade, a Madeira teria de fazer a refuncionalização na articulação entre as levadas e Floresta Laurissilva, “que devia ter sido feita”, assim como em termos de sistema hidráulico e de prevenção climática, na conciliação entre a floresta e a agricultura.

No caso do Porto Santo, a ideia era fazer o mesmo, sendo que as “levadas da ilha dourada poderiam estar na base de um projeto de reflorestação que o Porto Santo precisa”. Portanto, em conciliação, “as duas ilhas podiam ser, de facto, património biocultural da humanidade”, defendeu.

Já em termos gerais a nível mundial, para Helena Freitas urge “fazer uma transição de produção mais intensiva para uma produção mais amiga do ambiente”.

“Nós hoje estamos todos na mesma senda. A nossa agenda da sustentabilidade tem de ser única. Temos de tentar conjuntamente, uns mais devagar outros mais depressa, mas seguramente todos temos de fazer a transição ecológica e, portanto, isto é um processo que a ciência ajudará, a inovação ajudará e as pessoas também vão ser agentes desta mudança”, observou.

Helena Freitas lembra que o que está também a acontecer à escala global é também “muito preocupante” para a natureza, que é o facto de, nos últimos 20 anos, estarmos a “perder ativamente a natureza. A docente sublinha que o “clima vai modificar a relação que hoje temos com a agricultura”.

“Se continuarmos tal como temos feito, sem mudar nada, o que vamos ter é uma ocupação progressiva de vários continentes e, portanto, o desaparecimento da natureza”, disse, lembrando que as novas gerações estão na transição da dieta alimentar o que “já leva a um cenário diferente”.

Coordenadora de um projeto europeu em agroecologia no controlo das espécies infestantes, a docente lamentou a “excessiva” e “crescente” utilização de agentes químicos para a produção, defendendo ser possível fazê-lo sem. “Aquilo que estamos a colocar na planta, também estamos a comer nós”, apontou.

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