Na declaração após a reunião da comissão política regional do PSD-M, Miguel Albuquerque disse aos jornalistas que espera bom-senso por parte da oposição na moção de censura interposta pelo Chega. “Nós fazemos um apelo aos partidos de assumirem um sentido de responsabilidade”, disse, explicando que o PSD “não vai entregar o poder”.
Afirmou que estão sufragados em eleições “há seis meses” e que também, nesse sentido, face a indicadores positivos no arquipélago, o documento se reveste de estranheza.
“Numa altura em que o Governo estava a governar em pleno, com crescimento económico como nunca tivemos na Região, com plena empregabilidade (...) o orçamento que estava na iminência de ser aprovado. Portanto, tudo isto é uma situação estranhíssima, mas que o PSD irá enfrentar, como sempre enfrentou, em campo aberto, com a cabeça levantada”.
Elaborando a questão do sentido de responsabilidade, sublinha que “esta moção de censura faz um ataque implacável ao Partido Socialista e o grotesco da situação (...) é o Partido Socialista votar uma moção onde o PS Madeira e o líder do PS é apelidado de incompetente e, sobretudo, um partido que é vilipendiado (...) e o líder do PS diz que vai votar essa mesma moção onde o PS é mais atacado que o PSD”, atirou, reforçando que o maior partido da oposição é mais atacado do que o próprio PSD-M.
Ainda assim, deixou inequívoco: “O PSD-M está preparado para qualquer cenário”, como eleições e, a acontecer, será ele o candidato social democrata.
“Eu quero deixar isto muito claro: quem determina o Governo da Madeira é o povo madeirense, através de eleições. Quem determina o presidente é o povo madeirense através de eleições democráticas, não é através de golpes parlamentares nem de golpes partidários”, notou.
Sobre se já teria falado com o primeiro-ministro, Luís Montenegro, o líder madeirense disse que sim, mas não respondeu diretamente, aclarando apenas que a conferência dos Açores, onde o PM iria participar, teve de ser cancelada.
No entanto, quis fundamentar, com isto, haver um elo de ligação a Montenegro.
Já sobre as correntes internas dentro do partido, e contra a sua, Albuquerque admitiu que nem todos estão com ele, mas que não tem conhecimento de algum elemento do governo ter solicitado vontade em sair e acrescentou manter a confiança política nos secretários regionais cujos nomes estão envolvidos em processos judiciais. “Qualquer situação de denúncia anónima faz com que os secretários tenham que ser ouvidos”, desvalorizou.