O presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz, Filipe Sousa, criticou o duplo critério na implementação da taxa turística no Funchal, destacando a diferença de reações em relação à mesma medida quando aplicada no concelho que lidera.
No seu habitual ‘Ponto de ordem’, Filipe Sousa afirmou: “Esta semana assisti incrédulo à concretização da taxa turística no concelho do Funchal, perante elogios e silêncios e sem qualquer clima de fricção ou visões apocalípticas.”
O autarca comparou o cenário atual com o que se viveu em Santa Cruz quando a taxa foi implementada de forma “pioneira”, frisando que na altura houve uma reação negativa. “Se faço esta espécie de balanço do clima que acompanhou esta medida da autarquia funchalense, é por me recordar o barulho e a azáfama que foi quando a mesma taxa, de forma pioneira, foi aplicada em Santa Cruz. Sinal de que, nesta terra, as medidas não valem por si, mas sim pela cor política de quem as executa.”
Filipe Sousa acusou ainda figuras públicas que antes se opuseram à taxa de agora a implementarem sem reservas, mencionando diretamente a vereadora Cristina Pedra: “E, pasme-se, a dita taxa é implementada por uma senhora, a Dra. Cristina Pedra, que, na altura na ACIF, até ameaçou com processo crime contra Santa Cruz por causa da mesmíssima taxa que agora vai implementar no Funchal.”
O presidente de Santa Cruz vê a adoção da taxa no Funchal como uma confirmação do acerto da sua política: “Santa Cruz foi pioneira e estava no bom caminho porque é agora imitada, até por aqueles que criticaram a medida num primeiro momento.”
Filipe Sousa não poupou críticas também ao secretário regional com a pasta do Turismo, Eduardo Jesus, e às entidades hoteleiras, que se mantêm em silêncio agora, mas que anteriormente atacaram fortemente a taxa em Santa Cruz. “De assinalar também o silêncio do senhor secretário com a tutela do Turismo, o Dr. Eduardo Jesus, para quem a taxa turística em Santa Cruz era, e cito, uma ‘aldrabice’ que ‘prejudicava a imagem da Madeira’ e agora anda num silêncio absoluto relativamente ao Funchal. O mesmo silêncio no qual estão mergulhados os hoteleiros e a ACIF, que quando foi o caso de Santa Cruz só lhes faltou anunciar o fim do mundo.”
O líder da autarquia termina destacando os benefícios já alcançados em Santa Cruz através da receita gerada pela taxa, como as melhorias urbanísticas e os eventos turísticos. “Regozijo-me com a aplicação da taxa turística no Funchal, porque é sinal inequívoco de que Santa Cruz estava e está no caminho certo, foi pioneira e hoje já beneficia de medidas proporcionadas pela referida taxa.”
Filipe Sousa conclui com um pedido de coerência: “Aos críticos, pede-se apenas coerência da próxima vez que resolverem atacar medidas que aqui se implementam e que depois, vai-se a ver, ainda as copiam.”