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Moody’s deve manter ‘rating’ de Portugal mas pode melhorar perspetiva - Analistas

Data de publicação
14 Novembro 2024
17:40

A Moody’s vai avaliar esta sexta-feira a dívida soberana portuguesa e deverá manter inalterado o ‘rating’, segundo os analistas ouvidos pela agência Lusa, mas o ‘outlook’ poderá melhorar.

A última avaliação da Moody’s à dívida soberana portuguesa foi em maio, quando manteve inalterado o ‘rating’ de Portugal, em ‘A3’, com perspetiva (‘outlook’) ‘estável’.

Neste momento, “a economia portuguesa apresenta um crescimento moderado, com alguns indicadores a sinalizar uma desaceleração, como o abrandamento do PIB [Produto Interno Bruto] trimestral, o aumento da inflação e a desaceleração nas vendas a retalho”, salienta Vítor Madeira, analista da XTB, à Lusa.

“No entanto, a estabilidade da taxa de desemprego e o crescimento anual do PIB são aspetos positivos que oferecem alguma resiliência à economia”, aponta, pelo que, “apesar dos desafios, como a elevada dívida pública e a ligeira subida nas ‘yields’ das obrigações do Tesouro, a confiança nas finanças públicas de Portugal continua a ser relativamente sólida”.

Tendo em conta este cenário, “as expectativas para a decisão desta sexta-feira são de que o ‘rating’ seja mantido, uma vez que não há mudanças significativas no campo macroeconómico, estratégico e político que possam afetar a capacidade de Portugal em cumprir as suas obrigações de crédito”.

Paulo Monteiro Rosa, economista sénior do Banco Carregosa, considera por sua vez, em declarações à Lusa, que “Portugal tem apresentado indicadores económicos positivos, especialmente na redução da dívida pública, o que pode influenciar positivamente a avaliação da Moody’s”.

“A estabilidade política recentemente alcançada com a aprovação do orçamento de 2025 também pode ser um fator favorável na análise da agência, uma vez que a confiança nas instituições governamentais é um dos critérios avaliados”, destaca o economista.

Já no que diz respeito à perspetiva (‘outlook’) para a economia portuguesa, Vítor Madeira salienta que esta permaneceu “estável”, o que “sugere que, a menos que ocorram mudanças imprevistas, como uma deterioração das condições económicas globais ou um agravamento de riscos internos, não há razões para que esta avaliação seja alterada”.

Por outro lado, Paulo Monteiro Rosa admite uma melhoria da perspetiva para ‘positiva’.

“A última das principais agências de ‘rating’ a pronunciar-se foi a Fitch Ratings, em 20 de setembro, que manteve o rating de Portugal em ‘A-’ e melhorou a perspetiva para positiva”, recorda o economista, o que “reflete o progresso contínuo na redução da dívida pública, o compromisso com uma política orçamental prudente e a desalavancagem externa, que reduzem as vulnerabilidades de Portugal”.

Assim, Paulo Monteiro Rosa considera que “o mais provável é que a Moody’s melhore o ‘outlook’ de Portugal para positivo, alinhando-se assim com as restantes principais agências de classificação de crédito”.

O ‘rating’ é uma avaliação atribuída pelas agências de notação financeira, com grande impacto para o financiamento dos países e das empresas, uma vez que avalia o risco de crédito.

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