O presidente do Comité das Regiões Europeu, Vasco Cordeiro, sublinhou hoje a importância das parcerias multinível para a ação climática, vincando que os poderes subnacionais devem ser reforçados na COP29, em Baku, e na conferência de 2025, no Brasil.
“É muito importante que iniciativas como aquela que a COP tem acolhido, e que se designa por ‘Champ’ (Coligação para Parcerias Multinível de Alta Ambição para Ação Climática), tenha continuidade e seja reforçada não apenas nesta COP, mas também na próxima”, defendeu Vasco Cordeiro.
O presidente do Comité das Regiões, que hoje participou com o Governador de Tóquio (Japão) e o presidente da Câmara de Istambul (Turquia) numa conferência sobre o papel das cidades e regiões, voltou a salientar “o papel decisivo” das cidades e regiões, reclamando que “ os instrumentos financeiros que sejam colocados à disposição para a implementação de medidas que se dirijam a alcançar os objetivos do Acordo de Paris sejam também colocados à disposição das autoridades regionais e locais”.
Vasco Cordeiro, que no âmbito da 29.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP29) tem participado em várias reuniões de negociação, pretende que as regiões sejam “dotadas dos recursos financeiros que lhes permitam ter, obviamente com exercícios de auditoria de gestão conjunta por parte das autoridades nacionais, os recursos necessário para atingir os objetivos” relativos aos seus territórios.
Mas para além da questão financeira, as regiões e municípios “necessitam do apoio técnico que lhes permita aceder a esses recursos e usá-los de forma adequada para alcançar esses objetivos” sublinhou em declarações à agência Lusa.
A posição dos municípios está a ser defendida na COP29 por mais de uma centena de líderes políticos e uma delegação de cerca de 500 pessoas de todo o mundo que têm participado nas reuniões das quais, segundo Vasco Cordeiro, “saem sempre muitas propostas”.
Os líderes eleitos locais e regionais estão a apelar às partes para que incluam ações a vários níveis na nova ronda de objetivos nacionais em matéria de clima e adaptação tendo presente que “não basta a definição a nível nacional, das metas que os países pretendem alcançar”, sendo também necessário “que isso seja decomposto, que seja, no fundo, traduzido em ações concretas e na implementação dessas ações concretas”, concluiu o presidente do Comité das Regiões.
A COP29 começou em Baku, no Azerbaijão, no dia 11 e vai decorrer até ao dia 22 de novembro.
A Lusa viajou para o Azerbaijão a convite do Comité das Regiões Europeu.