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Covid-19: Venezuela reclama que não recebeu nenhuma vacina através do Covax

JM-Madeira

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Data de publicação
04 Setembro 2021
19:35

A Venezuela denunciou hoje que ainda recebeu nenhuma dose do Fundo de Acesso Global para Vacinas Covid-19 (Coav), para imunizar a população contra o coronavírus, apesar de ter pagado 120 milhões de dólares (quase 101 milhões de euros).

"Apesar de a Venezuela ter pagado até o último cêntimo, não recebeu uma única dose do mecanismo Covax. São sanções de segundo nível. Conseguimos pagar 120 milhões de dólares e não recebemos nenhuma dose, apenas desculpas", disse.

Delcy Rodríguez falava durante uma conferência sobre "Capacitação Docente - América Latina na Encruzilhada", transmitido pela televisão estatal venezuelana.

"A pior intensificação do bloqueio contra a Venezuela ocorre precisamente durante a pandemia", frisou a vice-presidente venezuelana, que acusou o Governo dos EUA de ter decidido intensificar as sanções internacionais contra Caracas.

Delcy Rodríguez explicou que 98% dos casos de coronavírus locais são atendidos através do sistema de saúde público, e sublinhou que "no meio do pior bloqueio, a Venezuela conseguiu controlar a pandemia através de um mecanismo de cooperação com Cuba".

A Venezuela "é o país latino-americano com a mais baixa taxa de letalidade", frisou. A vice-presidente denunciou também que o Fundo Monetário Internacional não incluiu a Venezuela nos programas recentes de financiamento.

"O único país que não tem direitos de saque especiais no FMI é a Venezuela, em situação de pandemia", disse a governante.

Em 08 de julho o Fundo de Acesso Global para Vacinas Covid-19 (Covax) anunciou que tinha recebido o pagamento de 120 milhões de dólares (101,3 milhões de euros) para o envio de 11,3 milhões de doses de vacinas para a Venezuela.

O anúncio teve lugar depois de a Venezuela denunciar, perante o Conselho de Direitos Humanos da ONU, que as sanções impostas pelos Estados Unidos estavam a impedir a chegada de vacinas contra a covid-19, afetando o programa de imunização da sua população.

Em 1 de setembro, a Organização Pan-americana da Saúde (OPAS), anunciou que mais de 3,3 milhões de venezuelanos completaram o processo de imunização contra a covid-19, com duas doses das vacinas Sinopharm, Sputnik e da candidata a vacina cubana Abda.

O anúncio foi feito por Enrique Pérez-Gutiérrez, chefe de Informação de Emergências Sanitárias e Avaliação de Riscos da OPAS, durante uma conferência de imprensa digital, transmitida pelo Youtube.

"O país administrou, até este momento, 9.342.817 doses (…) a 3.326.547 (pessoas), ou seja 36% (dos vacinados) completaram o esquema com a segunda dose", disse Pérez-Gutiérrez.

Desde março de 2020 que a Venezuela está em quarentena preventiva e atualmente tem um sistema de sete dias de flexibilização, seguidos de sete dias de confinamento rigoroso.

O país contabilizou 4.072 mortes e 338.300 casos da doença, desde o início da pandemia, de acordo com dados oficiais.

A covid-19 provocou pelo menos 4.539.397 mortes em todo o mundo, entre mais de 218,96 milhões de infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.Em Portugal, desde março de 2020, morreram 17.785 pessoas e foram contabilizados 1.045.857 casos de infeção confirmados, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil ou Peru.

Lusa

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