A passagem do furacão Helene nos Estados Unidos fez pelo menos 56 mortos ao varrer o sudeste do país desde que tocou terra, na quinta-feira à noite, e milhões de norte-americanos continuavam hoje sem eletricidade.
As equipas de emergência estão a trabalhar para repor o fornecimento de energia e lidar com as consequências das numerosas inundações que destruíram casas, estradas e estabelecimentos comerciais em vários Estados.
“Estou profundamente triste com a perda de vidas e a devastação causada pelo furacão Helene”, declarou hoje o Presidente norte-americano, Joe Biden, acrescentando que “o caminho para a recuperação será longo”.
O Helene tocou terra no noroeste da Florida na quinta-feira à noite, como furacão de categoria 4 numa escala de 5, com ventos de 225 quilómetros por hora, e passou por vários Estados do país, causando chuvas torrenciais antes de enfraquecer gradualmente e se transformar agora num ciclone pós-tropical.
“As condições continuarão a melhorar no sábado, depois das inundações catastróficas dos últimos dois dias”, escreveu o Centro Nacional de Furacões (NHC).
Mas a tempestade deixou um rasto de vastas zonas destruídas por deslizamentos de terras e inundações intensas, até pontos tão distantes como Asheville, na Carolina do Norte.
“Trata-se de uma das piores tempestades da história moderna em algumas zonas do oeste da Carolina do Norte”, declarou o governador do estado, Roy Cooper, numa conferência de imprensa na sexta-feira à noite.
As operações de salvamento prosseguem, informou o seu gabinete.
Mais de um milhão de habitações continuavam hoje à tarde sem eletricidade na Carolina do Sul, bem como 730.000 na Geórgia e várias centenas de milhares em diversos outros Estados, segundo o ‘site’ da Internet de monitorização poweroutage.us.
Depois de se ter formado no Golfo do México, o furacão Helene deslocou-se sobre águas particularmente quentes.
“É provável que essas águas muito quentes tenham desempenhado um papel na rápida intensificação do Helene”, disse a climatologista Andra Garner, citada pela agência de notícias francesa AFP.
Segundo os cientistas, ao aquecerem as águas dos mares, as alterações climáticas aumentam a probabilidade de as tempestades se intensificarem rapidamente e elevam o risco de furacões mais fortes.
Helene foi a oitava tempestade com nome da temporada de furacões do Atlântico, que começou a 01 de junho. A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica previu uma temporada acima da média este ano, devido às temperaturas recordes dos oceanos.