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Israel: Responsável da ONU fala do “sofrimento indizível” dos reféns e numa Gaza feita cemitério

Data de publicação
07 Outubro 2024
18:04

O diretor da agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos (UNWRA) recordou hoje o “sofrimento indizível” dos reféns mantidos pelo Hamas há um ano na Faixa de Gaza, condenando a guerra no território, que se transformou num “cemitério”.

Na rede social X, Philippe Lazzarini abordou o “horrendo massacre perpetrado pelo Hamas e outras fações palestinianas” em Israel, a 07 de outubro de 2023.

“Doze meses de sofrimento indescritível para os reféns em Gaza, para as suas famílias deixadas na incerteza e para uma sociedade profundamente traumatizada”, escreveu o responsável do organismo da ONU.

Lazzarini deplorou também o facto de a guerra entre Israel e os grupos armados palestinianos em Gaza ter transformado o território num “mar de escombros irreconhecível e num cemitério para dezenas de milhares de pessoas”.

“Passou um ano e não há um único dia em que as famílias de Gaza não sejam sujeitas a um sofrimento indescritível, a deslocações forçadas, a doenças e à fome. A morte tornou-se a norma para dois milhões de pessoas encurraladas num enclave sitiado e bombardeado”, afirmou na sua mensagem.

Lazzarini sublinhou que os civis em Gaza “continuam a enfrentar as piores consequências da guerra”.

“Mais de 220 membros da equipa da UNRWA foram mortos; este é o número mais elevado na história das Nações Unidas”, afirmou, referindo que as crianças “são as que mais sofrem”.

“Para além dos feridos e dos mortos, todas as crianças em Gaza estão traumatizadas e carregam cicatrizes invisíveis para toda a vida”, afirmou.

“Mais de 650.000 crianças perderam um ano de escola. Em vez de irem para as salas de aula, andam por entre os escombros, desesperadas e com medo. A destruição de infraestruturas essenciais atingiu níveis catastróficos”, afirmou, referindo que mais de dois terços das infraestruturas da UNRWA foram atingidas e tornadas inúteis “apesar de a grande maioria destes edifícios ter sido utilizada para alojar pessoas deslocadas sob a bandeira da ONU”.

Na opinião do responsável, este foi um ano de “desumanização e desrespeito pelo direito internacional”.

“É uma queda livre para a barbárie”, afirmou, assinalando que “o Médio Oriente tem vindo a mergulhar cada vez mais fundo no conflito e na carnificina”.

Lazzarini referiu-se também à Cisjordânia, onde, disse, os civis continuam a enfrentar um elevado grau de destruição e são igualmente tomados pelo medo e pela ansiedade à medida que aumentam as operações do exército israelita e os confrontos com os grupos armados palestinianos.

Na sua mensagem, renovou os apelos para uma trégua.

“É tempo de ter coragem, de encontrar um acordo que permita finalmente um cessar-fogo que dê uma trégua ao povo de Gaza, do Líbano, de Israel e de toda a região. É tempo de depor as armas após décadas de morte e de dor imensa, é tempo de libertar todos os reféns em segurança e de os devolver às suas famílias, que vivem numa incerteza insuportável”, pediu.

Apelou ainda à autorização de entrada de ajuda humanitária para ajudar as pessoas que estão a sofrer de fome e os doentes em Gaza.

“Não há vencedores nas guerras. A única forma de pôr termo a esta situação é através de uma solução diplomática e pacífica. É altura de sarar as feridas, de escolher a paz”, frisou.

Há exatamente um ano, cerca de mil combatentes do Hamas atacaram inesperadamente o território israelita, matando quase 1.200 pessoas e fazendo mais de 200 reféns, dos quais quase 100 continuam na posse do Hamas.

O Governo de Telavive prometeu aniquilar o movimento islamita, considerado terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia.

As investidas de Israel na Faixa de Gaza já mataram quase 42 mil pessoas, a maioria civis, forçaram quase dois milhões a fugir das respetivas casas e provocaram um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.

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