A Organização Mundial da Saúde (OMS) fornecerá cuidados médicos e apoio a todos os israelitas e palestinianos, indicou hoje o seu diretor-geral, Tedros Adhanom Ghebreysus.
"Gostaria de salientar que a posição da ONU e da OMS é imparcial: estamos empenhados em prestar apoio e cuidados médicos a todos os israelitas e palestinianos", afirmou Ghebreysus durante a 73.ª sessão do Comité Regional da OMS para a Europa (ERC), a decorrer na capital do Cazaquistão, Astana.
O responsável da agência especializada da ONU apelou a Israel para retomar o abastecimento de eletricidade, água e combustível à Faixa de Gaza, sublinhando que devem ser envidados todos os esforços para chegar a um acordo através do diálogo e da compaixão.
"Todos sabemos que a guerra traz destruição, perda e sofrimento. Vi isso mesmo quando era criança. Fui testemunha disso. Não recordo nada, exceto a destruição. A única coisa que a guerra traz é horror e destruição", defendeu.
Na opinião de Ghebreysus, este tipo de crises em todo o mundo fez com que um número recorde de pessoas queira evitar a guerra tanto como as catástrofes climáticas.
"Muitos procuram proteção e relativa segurança na Europa. Como todos os demais, estas pessoas têm as suas necessidades de cuidados médicos, mas também enfrentam muitas dificuldades para aceder a esses serviços. Por isso, saúdo o Plano de Ação para a Saúde dos Migrantes e Refugiados 2023 a 2030, que será discutido na nossa sessão desta semana", afirmou.
A 73.ª sessão do Comité Regional da OMS para a Europa reúne ministros da Saúde, especialistas da OMS, profissionais da indústria dos 53 países membros da Região Europeia da OMS, bem como representantes de organizações associadas e da sociedade civil.
Combatentes palestinianos do movimento islamita Hamas atacaram a 07 de outubro o sul de Israel em várias frentes a partir da Faixa de Gaza, matando mais de 1.400 pessoas, na maioria civis, e capturando 220, mantidas em cativeiro em Gaza e algumas delas entretanto mortas - segundo o Hamas, pelos bombardeamentos israelitas - ao passo que quatro foram libertadas nos últimos dias: dois cidadãos norte-americanos e dois israelitas.
Tratou-se de uma ofensiva por terra, mar e ar apoiada pelo grupo xiita libanês Hezbollah e pelo ramo palestiniano da Jihad Islâmica.
Segundo as autoridades locais, a forte retaliação israelita matou até agora quase 6.000 pessoas naquele enclave palestiniano pobre desde 2007 controlado pelo Hamas, grupo classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, pela União Europeia e por Israel.
Lusa