Duas associações de jornalistas da Venezuela exigiram hoje que as autoridades civis e militares respeitam o seu trabalho “sem censura, sem assédio e sem perseguições”, a poucos dias das eleições presidenciais de 28 de julho.
O apelo foi feito em comunicado conjunto pelo Colégio Nacional de Jornalistas (CNP) e pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Imprensa (SNTP).
“O CNP e o SNTP exigem que o Governo nacional, a administração pública, as instituições, as autoridades, as forças policiais, os responsáveis civis e militares respeitem e garantam o fiel cumprimento do trabalho dos órgãos de comunicação social e dos seus trabalhadores”, afirmaram.
Da mesma forma, pediram para fazer o seu trabalho na “defesa dos direitos humanos, da liberdade de expressão, de reunião, de circulação, de informação oportuna e verdadeira, sem censura, sem assédio, sem perseguições, sem detenções arbitrárias e sem bloqueios digitais”.
Entretanto, o secretário-geral do CNP, Delvalle Canelón, manifestou-se preocupado pela ausência das credenciais que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) costuma conceder aos jornalistas para cobrir os processos eleitorais.
O seu homólogo do SNTP, Marco Ruiz, destacou por outro lado que há atualmente quatro jornalistas detidos, dois dos quais durante a pré-campanha eleitoral.
Denunciou ainda que existem 57 “bloqueios ativos” a meios digitais, aos quais se somam quatro páginas de verificação de informação e outras duas das organizações não-governamentais Espacio Público e Instituto Prensa e Sociedad.
Em 28 de julho, a Venezuela realiza eleições às quais concorrem 10 candidatos, incluindo o presidente Nicolás Maduro, que concorre a um terceiro mandato de seis anos.