O acordo de cessar-fogo no Líbano foi hoje aprovado pelo Conselho de Ministros de Israel e entrará em vigor na quarta-feira, às 04:00 locais (02:00 em Lisboa), revelou o gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.
Depois de o Gabinete de Segurança, que reúne os principais ministros e as lideranças militares e do serviço de informações, ter dado luz verde ao acordo com o grupo xiita Hezbollah, mediado pelos Estados Unidos, o Conselho de Ministros reuniu-se e aprovou o cessar-fogo, de acordo com o gabinete de Netanyahu.
A proposta foi aprovada com dez votos favoráveis e um contra, indicou o gabinete do chefe do Governo israelita.
O Presidente norte-americano, Joe Biden, que saudou de imediato o anúncio do acordo, confirmou que o cessar-fogo terá início às 04:00 locais na quarta-feira.
O primeiro-ministro israelita tinha anunciado previamente que o Gabinete de Segurança aceitou a proposta de acordo de cessar-fogo de 60 dias no Líbano, mas frisou que Israel manterá a “liberdade de ação” se o Hezbollah violar o compromisso.
“A duração do cessar-fogo dependerá do que acontecer no Líbano e manteremos total liberdade de movimentos”, declarou o chefe do Governo.
Poucas horas antes de o cessar-fogo entrar em vigor, a força aérea israelita continuou a bombardear fortemente vários pontos do Líbano, incluindo o centro e arredores de Beirute, entre os ataques mais violentos desde o início da guerra.
O Exército israelita confirmou ataques nas últimas horas em Beirute, Sídon, Tiro e Bekaa, enquanto as sirenes dos alarmes antiaéreos também se ouviram no norte de Israel devido a lançamentos de projéteis do Hezbollah.
Após quase um ano de trocas de tiros ao longo das regiões transfronteiriças entre os dois países desde 08 de outubro de 2023, um dia depois de o grupo islamita palestiniano Hamas ter atacado o sul de Israel, as forças israelitas deslocaram em setembro passado o foco das suas operações da Faixa de Gaza para o Líbano.
Segundo o Ministério da Saúde Publica libanês, mais de 3,7 mil pessoas morreram no país desde outubro de 2023, a maioria nos últimos dois meses, e acima de 1,2 milhões de habitantes estão deslocados.
Do lado israelita, 82 militares e 47 civis foram mortos em quase 14 meses de hostilidades.