MADEIRA Meteorologia

ONU “chocada” com declarações de ministro israelita sobre fome em Gaza

Data de publicação
09 Agosto 2024
13:32

O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos manifestou-se hoje “chocado” pelas declarações do ministro das Finanças israelita de extrema-direita, Bezalel Smotrich, que admitiu matar à fome os habitantes da Faixa de Gaza.

Interrogado no início desta semana durante um colóquio sobre o futuro da Faixa de Gaza, onde Israel intervém militarmente há mais de dez meses, Smotrich disse que “poderia ser justificado e moral provocar a morte pela fome de dois milhões de civis para libertar os reféns” israelitas que permanecem retidos desde o ataque do movimento islamita palestiniano Hamas em 07 de outubro.

O Alto-comissário, Volker Turk, “está chocado e consternado pelas declarações do ministro, segundo as quais seria justificado e moral deixar morrer à fome dois milhões de palestinianos em Gaza para libertar os reféns”, declarou o seu porta-voz, Jeremy Laurence, no decurso da habitual conferência de imprensa.

“[Turk] Condenou com a maior firmeza estas declarações, que incitam igualmente ao ódio contra os civis inocentes”, disse, sublinhando que “o facto de provocar a fome a civis como método de guerra é um crime de guerra”.

“Esta declaração pública arrisca-se a incitar que se cometam outros crimes atrozes”, insistiu.

O porta-voz sublinhou que “estas declarações, em particular de representantes públicos, devem terminar imediatamente”, e “devem ser alvo de um inquérito”, em primeiro lugar pelo Estado envolvido.

“Trata-se assim de um apelo imediato às autoridades israelitas para que vigiem este tipo de comportamento (...). É a primeira etapa. É da responsabilidade dos israelitas”, afirmou Laurence.

As declarações de Smotrich provocaram reações de indignação entre diversas instâncias internacionais e governos.

Desde o início do atual conflito na Faixa de Gaza, desencadeado em 07 de outubro, que a situação humanitária no pequeno território palestiniano é considerada desastrosa, com a quase totalidade dos 2,4 milhões de habitantes forçados a constantes deslocações internas, e confrontados com uma generalizada penúria alimentar.

A guerra em curso entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano em solo israelita, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.

Segundo o Exército israelita, entre as 251 pessoas sequestradas, 111 permanecem retidas em Gaza, das quais 39 já morreram.

O Exército israelita respondeu com uma devastadora campanha militar de represálias em Gaza que já provocou perto de 40 mil mortos – onde se incluem pelo menos 14.000 crianças –, cerca de 92.000 feridos e um número indeterminado sob os escombros, de acordo com o Ministério da Saúde do enclave, controlado pelo Hamas.

“Repetimos o que já afirmámos por diversas vezes, que deve ser instaurado um cessar-fogo imediato, todos os reféns devem ser libertados, e [pedimos] o envio sem restrições de ajuda humanitária a Gaza”, afirmou Laurence.

OPINIÃO EM DESTAQUE

88.8 RJM Rádio Jornal da Madeira RÁDIO 88.8 RJM MADEIRA

Ligue-se às Redes RJM 88.8FM

Emissão Online

Em direto

Ouvir Agora
INQUÉRITO / SONDAGEM

Acha que o regresso do gado às serras podia ser importante na estratégia de prevenção de incêndios?

Enviar Resultados

Mais Lidas

Últimas