O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, condenou hoje o assassínio do líder do movimento xiita Hezbollah, Hassan Nasrallah, por Israel, e pediu “unidade” para enfrentar a “guerra genocida” contra o Líbano.
“A nossa solidariedade hoje, neste momento crucial da vida da nação, é a resposta mais forte à agressão israelita”, disse Mikati num discurso proferido numa reunião de emergência do Conselho de Ministros, após o seu regresso antecipado de Nova Iorque, onde participou na Assembleia-Geral das Nações Unidas.
O Hezbollah confirmou hoje a morte de Nasrallah horas depois de o exército israelita ter anunciado que o líder xiita libanês pró-iraniano tinha morrido no bombardeamento da sede da organização realizado na sexta-feira, nos subúrbios do sul de Beirute.
Na mesma intervenção, divulgada pelo gabinete governamental, Najib Mikati denunciou os bombardeamentos sem precedentes de Israel nos subúrbios do sul de Beirute, onde Nasrallah foi morto, e noutras zonas do sul e do leste do Líbano como “a melhor prova da realidade dos alvos israelitas”.
O Governo libanês declarou três dias de luto oficial a partir de segunda-feira, 30 de setembro, ao mesmo tempo que anunciou em comunicado que durante o funeral do líder do Hezbollah “toda a atividade laboral irá parar” no país, embora não tenha especificado a data do funeral.
Najib Mikati pediu ainda “esforços concentrados na unidade” perante “a guerra genocida, odiosa e destrutiva que Israel está a travar” contra o Líbano, relatando que a violência dos últimos dias deixou “mártires caídos” em várias partes do país, milhares de feridos e provocou milhares de deslocados, cerca de 200 mil pessoas, segundo os números da ONU.
Israel já tinha matado em 20 de setembro o chefe das operações militares e das forças de elite, Ibrahim Aqil, num outro ataque em Beirute, em que morreram também 16 outros membros do Hezbollah e dezenas de civis.
No final de julho, num outro atentado à bomba em Beirute, foi morto o então número dois do Hezbollah, Fuad Shukr.