O Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu hoje que a contribuição dos Estados-membros da NATO deveria ser de 5% dos respetivos produtos internos brutos (PIB), mais do dobro dos atuais 2%.
“Deveriam estar a 5%, não a 2%”, sustentou o futuro Presidente, que toma posse a 20 de janeiro.
Numa conferência de imprensa na sua residência em Mar-a-Lago, Florida, Trump afirmou que, durante o seu primeiro mandato, foi ele quem “salvou a NATO”, quando ameaçou retirar o financiamento, caso os outros países não pagassem os seus contributos.
“Angariei mais de 80 mil milhões de dólares, o dinheiro começou a cair a rodos”, comentou.
Nas declarações aos jornalistas, não excluiu o uso de força militar para assumir o controlo do Canal do Panamá e da Gronelândia, ao afirmar que ambos os territórios são essenciais para a segurança dos EUA.
“Não me vou comprometer com isso”, disse, quando questionado se excluiria o recurso às forças armadas.
“Pode ser que tenham de fazer alguma coisa. O Canal do Panamá é vital para o nosso país”, referiu, acrescentando: “Precisamos da Gronelândia para fins de segurança nacional”.
A Gronelândia é um território autónomo da Dinamarca, um aliado de longa data dos EUA e membro fundador da NATO.
Já sobre o Canadá, país sobre o qual Trump tem ironizado com a possibilidade de se tornar o “51.º estado” norte-americano, recusou o uso de força militar, mas admitiu recorrer “à força económica”.
O republicano sustentou que os EUA perdem anualmente “mais de dois mil milhões de dólares” nas trocas comerciais com o Canadá, nomeadamente na importação de automóveis e laticínios.
“Temos o direito a não os ajudar com as suas dificuldades económicas. (...) Estamos a fazê-lo por hábito e temos sido bons vizinhos, mas não podemos continuar a fazê-lo para sempre”, afirmou Trump.
O futuro chefe do executivo dos EUA prometeu ainda mudar o nome do Golfo do México para “Golfo da América”.
“Vamos mudar o nome do Golfo do México para ‘Golfo da América’, que soa muito bem e cobre uma grande área de território. Que nome bonito. E é apropriado, é mesmo”, disse.
Pouco depois do seu anúncio, a congressista republicana Marjorie Taylor Greene disse que iria apresentar um projeto de lei o mais rapidamente possível para oficializar a mudança de nome.
O Golfo do México é uma bacia oceânica situada entre as costas do México, dos Estados Unidos e de Cuba. O nome atual remonta à época colonial.
A conferência de imprensa foi convocada para anunciar um investimento de 20 mil milhões de dólares (cerca de 19,3 mil milhões de euros, ao câmbio atual) pelo empresário dos Emirados Árabes Unidos Hussain Sajwain, fundador da empresa de promoção imobiliária DAMAC Properties e sócio de Trump.
O investimento destina-se à construção de novos centros de dados, que serão dedicados ao desenvolvimento da inteligência artificial.
“Tenho o prazer de anunciar hoje que a DAMAC vai investir pelo menos 20 mil milhões de dólares num período muito curto de tempo nos Estados Unidos, podendo duplicar esse montante ou até mais. É uma ótima notícia”, afirmou.
Por seu lado, Sajwani disse que esperou quatro anos para fazer este investimento, numa referência ao mandato do democrata Joe Biden na Casa Branca, prestes a terminar.