O primeiro-ministro anunciou hoje que Portugal vai aumentar de quatro para cinco milhões de euros a verba para apoiar a cooperação na transição energética dos países mais pobres, defendendo que está a fazer a sua parte.
António Costa assumiu esta posição perante os jornalistas, depois de confrontado com a nova tese das compensações dos países pobres pelos mais ricos por perdas e danos ambientais - uma das matérias em discussão na Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, que decorre em Sharm el-Sheikh, no Egito, até ao próximo dia 18.
O primeiro-ministro referiu que na COP26, em Glasgow, na Escócia, "Portugal assumiu o compromisso de afetar uma parcela significativa da sua cooperação para o desenvolvimento centrado na transição energética, cerca de quatro milhões de euros por ano".
"Na estratégia de cooperação até 2023, está previsto aumentar em mais um milhão de euros por ano esse apoio à cooperação. Portanto, serão cinco milhões de euros por ano de apoio à cooperação", realçou o líder do executivo.
Também de acordo com António Costa, no ano passado, Portugal assinou um acordo com o Banco Africano para o Desenvolvimento, tendo 400 milhões de euros de garantia que "permitem servir de colateral para um forte investimento nas energias renováveis nos países africanos de expressão oficial portuguesa".
Interrogado sobre as razões pelas quais não foi ainda possível um acordo para aumentar as verbas para os países menos desenvolvidos em cerca de 100 milhões de euros, o líder do executivo português alegou que Portugal está a fazer a sua parte.
"Espero que todos juntos vamos fazer este esforço, mas, obviamente, a situação da guerra [na Ucrânia], como antes a da covid-19, foram dificuldades acrescidas para o cumprimento desses objetivos, porque grande parte dos Estados tiveram de desviar recursos para combater a pandemia, que, por sua vez, provocou uma recessão muito significativa", apontou.
António Costa observou, ainda, que a guerra na Ucrânia "está a dificultar muito a recuperação de alguns países e todos estão sujeitos a uma pressão da inflação gigantesca".
"Tudo isso tem dificultado a transição. Agora, a grande mensagem que tem de sair desta cimeira é que, apesar das dificuldades, não desistimos das metas e vamos fazer um esforço acrescido para as alcançar", acrescentou.
LUSA