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Costa compreende voto contra de Meloni e quer colaborar com Itália “com enorme proximidade”

Data de publicação
28 Junho 2024
19:43

O presidente eleito do Conselho Europeu, António Costa, disse hoje pretender colaborar com “enorme proximidade” com a primeira-ministra de Itália, apesar do voto contra de Giorgia Meloni à sua nomeação, “compreendendo” a sua posição política.

“O Conselho [Europeu] não é propriamente uma agremiação de tecnocratas, mas de políticos, todos têm as suas famílias políticas, orientações e votam também, manifestam-se, de acordo com essas preferências. Compreendo perfeitamente o voto da primeira-ministra de Itália, com quem conto colaborar com enorme proximidade”, disse António Costa, em declarações aos jornalistas portugueses, na sede do Partido Socialista Europeu (PES), em Bruxelas.

António Costa recordou que quando formou Governo, em 2015, suportando o executivo num acordo de incidência parlamentar com o PCP, o BE e o PEV, “havia quem achasse que a forma de Governo que tinha não era a mais adequada, mas foi aquela que resultou da vontade dos portugueses”.

“O Governo de Itália, como o Governo dos outros 26 países, resulta do voto e da expressão democrática dos respetivos povos, que nós devemos respeitar. Que isso depois se manifeste de uma forma divergente no Conselho é normal”, completou, descartando que os consensos políticos estejam em causa.

Questionado sobre as declarações do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que disse que António Costa era um “socialista aceite pelos conservadores, pelos liberais e, também, pela direita mais radical”, o presidente eleito considerou que tem de estar acima das famílias políticas.

“Toda a gente sabe qual é a minha família política, estou aqui no Partido Socialista Europeu porque sou socialista, e fui eleito porque sou socialista. Além disso, o presidente do Conselho tem de que se saber colocar acima das famílias políticas para o exercício das suas funções e ter uma noção muito clara e precisa que todos os 27 chefes de Estado e de Governo que se sentam no Conselho têm igual direito e merecem igual respeito”, comentou.

“Uma das grandes qualidades da UE é ser uma união de vários Estados, todos eles de direito democrático, e os respetivos governos são fruto da vontade popular, democraticamente escolhidos. O Conselho tem de respeitar todos”, sustentou.

O ex-primeiro-ministro português António Costa foi eleito na quinta-feira à noite pelos chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE) presidente do Conselho Europeu para um mandato de dois anos e meio e toma posse em 01 de dezembro de 2024.

No Conselho Europeu, os líderes da UE propuseram também Ursula von der Leyen para um segundo mandato à frente da Comissão Europeia e nomearam a primeira-ministra da Estónia, Kaja Kallas, para alta representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança. Ambas terão de sujeitar-se à votação no Parlamento Europeu.

António Costa será o primeiro português e o primeiro socialista à frente do Conselho Europeu.

Apesar da demissão de primeiro-ministro em 2023 na sequência de investigações judiciais, Costa foi escolhido para suceder ao belga Charles Michel (no cargo desde 2019) na liderança do Conselho Europeu, que junta os chefes de Governo e de Estado do bloco europeu.

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