O PS mostrou-se hoje muito satisfeito com o acordo preliminar que põe António Costa à frente do Conselho Europeu, afirmando que é um dia “muito importante para Portugal” e que esta decisão é apoiada “pela grande maioria dos portugueses”.
Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, a líder parlamentar dos socialistas, Alexandra Leitão, afirmou que este cargo é o “justo reconhecimento de oito anos de um trabalho que elevou muitíssimo o patamar em que se encontra Portugal” e sublinhou as capacidades do ex-primeiro-ministro na construção de pontes com os líderes europeus.
“António Costa, é uma pessoa que sabe fazer pontes, que sabe fazer consensos, demonstrou-o em Portugal e já o demonstrou na Europa e vai continuar a demonstrar agora num cargo de grande importância. Portanto, imagino que sejamos acompanhados pela grande maioria dos portugueses, é também um dia muito importante para Portugal”, afirmou a socialista.
Sobre as críticas ao acordo para os altos cargos europeus, que inclui a recondução de Ursula von der Leyen para um novo mandato à frente da Comissão Europeia, Alexandra Leitão frisou que este é um acordo que resulta de um “consenso entre os dois” maiores grupos no Parlamento Europeu e que “é um acordo normal para os dois cargos mais importantes”.
“Apesar de as notícias não terem sido as melhores do lado da votação na extrema-direita populista, continuam a ser estes dois grupos que suportam o próprio projeto europeu e é normal que os dois principais lugares no quadro da votação sejam destes dois grupos”, acrescentou.
Alexandra Leitão reconheceu que houve um “momento de abertura” por parte do PPE - grupo político de Von der Leyen - a uma negociação com a extrema-direita, mas que posteriormente “houve um fechar dessa porta e uma preferência a falar com o grupo socialista”.
Os seis chefes de Governo e de Estado da União Europeia (UE) que, no Conselho Europeu, estão a negociar os cargos de topo, incluindo a nomeação de António Costa, chegaram hoje a acordo preliminar, avançaram fontes europeias à Lusa.
Depois de uma primeira tentativa falhada para acordo no jantar informal de líderes da UE a 17 de junho passado, estes negociadores (de centro-direita, socialistas e liberais) têm estado em conversações sobre os cargos de topo europeus no próximo ciclo institucional, discutindo-se o nome de António Costa para a liderança do Conselho Europeu, o de Ursula von der Leyen para segundo mandato na Comissão Europeia e o da primeira-ministra da Estónia, Kaja Kallas, para chefe da diplomacia comunitária.
Segundo fontes europeias hoje ouvidas pela Lusa, os negociadores chegaram a acordo partidário (que é preliminar) sobre estes nomes após uma reunião por videoconferência na segunda-feira à noite, que incluem também o de Roberta Metsola, que deverá ser reconduzida no cargo de presidente do Parlamento Europeu, apesar de não fazer oficialmente parte do pacote por não ser escolhida pelo Conselho Europeu.