A porta-voz do PAN mostrou-se hoje intransigente em aprovar um governo da Aliança Democrática (AD), reforçando que as causas que o partido defende são irrenunciáveis.
“Nós não estaremos disponíveis para viabilizar um Governo que de alguma forma é uma afronta aos valores que o PAN representa na Assembleia da República”, salientou Inês Sousa Real à chegada ao quartel-general do partido para a noite eleitoral, na sala do Rei, na Estação Ferroviária do Rossio, em Lisboa.
De acordo com a cabeça de lista do partido por Lisboa, os valores do partido “estão acima de qualquer interesse político-partidário”.
Para Inês Sousa Real, uma moção de censura ao Governo da AD “terá de ser analisada” pela comissão política nacional do partido após as eleições.
A ambição de voltar a ter um grupo parlamentar e a afirmação como principal força progressista com políticas verdes marcaram a campanha do PAN, que criticou o conservadorismo da AD e a falta de obra feita do PS.
Depois de ter conseguido eleger André Silva em 2015, o PAN assegurou quatro lugares no parlamento em 2019, mas voltou a ter um único representante após as legislativas de 2022.
A AD é a força política mais votada com 31,42% dos votos e 11 mandatos nas eleições legislativas de hoje, quando estavam apurados os resultados provisórios em 2.334 das 3.092 freguesias.