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TVDE realizaram apenas uma em cada 25 viagens no verão em Lisboa - Estudo Bolt

Data de publicação
16 Dezembro 2024
16:00

Os Transporte em Veículos Descaracterizados a partir de Plataforma Eletrónica (TVDE) realizaram, no verão passado, apenas uma em cada 25 viagens em Lisboa, contrariando a perceção dos cidadãos que conseguem identificar prontamente estes veículos em detrimento dos carros particulares.

Em declarações à Lusa, o responsável de Ride-hailing da Bolt em Portugal, plataforma promotora do estudo a par com a Altice e a Kido Dynamics, explicou que existe “uma perceção [errada], se calhar guiada por uma questão psicológica”, uma vez que se consegue identificar um carro TVDE, mas não um carro individual.

“Já tínhamos essa crença, porque acontece em todos os mercados, e fomos à procura de dados que confirmassem o movimento das pessoas para dentro das cidades e o que reparamos é que o carro próprio continua a ser o veículo preferencial e não os transportes públicos”, disse Mário de Morais.

O responsável frisou “não estar contra as pessoas terem carros”, mas considera que deveria existir “uma complementaridade” para as cidades não serem “entupidas com carros próprios”.

Mário de Morais sublinhou que o caminho dos TVDE “está só a começar”, considerando que a perceção de “que já há demasiados ou que deviam existir limites [nas cidades] é completamente contrária” à realidade.

“Neste momento [com os carros particulares] estamos efetivamente a entupir as cidades, a entupir estacionamentos, a fazer com que as pessoas percam imenso tempo da sua vida [em deslocações]. Se fizermos as contas, eu tenho de estacionar o carro, depois tenho de o ir buscar enquanto podia fazer este movimento muito mais suave”, salientou.

Afirmando que a “evolução ainda é muito grande”, Mário de Morais sustentou que, como em qualquer mudança, “é natural que as pessoas, quando começa a ser mais recorrente, comecem a achar que é demasiado”.

Apesar de os TVDE serem uma solução de transporte em crescimento devido à sua flexibilidade, a penetração nas cidades é ainda muito reduzida, de acordo com o estudo, salientou o responsável.

No verão de 2024, os serviços de TVDE representaram cerca de 6,28% das viagens no distrito de Lisboa, no entanto, se o raio de ação do estudo for limitado à capital, a percentagem baixa para 4,40%, o que equivale a uma em cada 25 viagens.

Mário de Morais adiantou ainda que cerca de 68% das distâncias percorridas pelos TVDE são realizadas com passageiros a bordo, e apenas 22% a caminho de recolher passageiros, o que significa que “91% da distância total percorrida pelos TVDE é útil”.

O responsável lembrou que a estratégia da Bolt passa por dois vetores, o primeiro dos quais a aposta em garantir que as pessoas têm ao seu dispor “o veículo adequado ao preço adequado para a sua movimentação”, ao mesmo tempo que trabalham “sempre numa lógica de complementaridade com outros modos”.

“Se calhar, se eu tiver que fazer um quilómetro daqui até ao Saldanha, posso fazer de TVDE, mas também posso fazer de metro ou de trotinete. Agora, se precisar de uma deslocação maior e se estiver a chover, a trotinete fica logo de fora como opção”, exemplificou.

Segundo o responsável, para que se possa deixar o carro em casa, as pessoas têm de sentir “que têm uma alternativa viável”, além de ter que ser “a um custo que entenda que é melhor do que trazer o carro”.

“Este equilíbrio é muito importante”, frisou, sublinhando que o segundo vetor onde a plataforma tem investido “muito nos últimos tempos”, o qual considera que também a perceção “está extravasada”, é a questão da segurança.

“O setor é um setor seguro”, frisou o responsável, lembrando que a aplicação tem, ao dia de hoje, uma funcionalidade chamada anomalia em viagem, que pode ser submetida se, numa viagem, o carro ficar parado onde não é suposto, não havendo trânsito, exemplificou o responsável, alertando que nesse caso são contactadas quer as autoridades, quer o motorista.

“Desenvolver isto e, ao mesmo tempo, mostrar às pessoas que a perceção delas não está certa e podem viajar em segurança vai fazer com que também mais facilmente façam esta troca. A comodidade e segurança faz com que as pessoas usem e a verdade, aqui, sejamos muito honestos, é que usam cada vez mais”, disse.

Nesse sentido, o setor TVDE “tem tido um crescimento enorme da utilização” e isso quer dizer que as pessoas “sentem que é um setor que lhes faz sentido” [a existência], de acordo Mário de Morais.

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