A cada passagem de ano repetem-se os balanços, as resoluções, os desejos, as metas, os objetivos. De ano para ano, estes anseios vão variando tendo em conta muito daquilo que foi o ano que termina. E o ano que agora finda foi um ano, para a nossa Região, agridoce.
Se por um lado 2024 apresentou resultados, a todos os níveis, notáveis, por outro, vivemos um período marcado pela instabilidade política causada por fatores alheios à vontade do povo madeirense.
Importa, em primeiro lugar, fazer um balanço dos dados estatísticos que conhecemos em 2024. No que concerne aos dados do PIB regional, que foram divulgados pelo INE e pela DREM há cerca de duas semanas, ficámos a saber que fechámos 2023 com um PIB a roçar os 7 mil milhões de euros. Embora tenha passado quase despercebido, uma das consequências deste valor extraordinário de PIB, é a de que a RAM passou a ser a segunda região do País com o PIB por habitante mais elevado, ultrapassando o Algarve, crónico segundo classificado, mantendo a Grande Lisboa, a liderança destacada. Na verdade, a RAM tem um PIB por habitante mais de 8% acima da média nacional, o que é absolutamente notável para uma região com as caraterísticas da nossa Madeira – ultraperiférica, com um mercado interno exíguo, com uma orografia ingrata e com um lastro de pobreza e atraso que durou praticamente desde o seu povoamento até à consagração da Autonomia. As más-línguas dirão que o PIB está empolado pelo Centro Internacional de Negócios da Madeira (CINM), mas esquecem-se que desde a divulgação das Contas Regionais feita a partir de 2014, o INE adotou novos critérios de contabilização das empresas que operam no CINM, em simultâneo com a adoção do novo Sistema Europeu de Contas. Na altura, isto provocou uma reavaliação em baixa do nosso PIB de cerca de 800 milhões de euros, portanto a conclusão é de que o crescimento do PIB na RAM reside fundamentalmente numa economia pujante, dinâmica e alicerçada no sector privado.
Os dados referentes ao desemprego comprovam que no mercado de trabalho o problema não é o excesso de mão-de-obra, mas a falta dela, o qual, por sua vez, resulta de um processo de redução progressiva dos nascimentos, que a Região partilha com o mundo desenvolvido. De facto, os últimos dados disponíveis, referentes ao 3º trimestre de 2024, colocam a taxa de desemprego da Região nos 5,7%, um valor abaixo da média nacional, que se situa nos 6,1%.
Registamos ainda valores recorde no turismo, tanto no número de dormidas – que deverão rondar os 11,5 milhões em 2024, mais que duplicando em menos de 15 anos – como no rendimento médio por quarto ocupado, o que mostra que o nosso destino é cada vez mais procurado e valorizado.
É importante que o crescimento económico esteja, como tem estado, ao serviço da população, em especial dos mais vulneráveis. O Inquérito às Condições de Vida e Rendimentos das Famílias (ICOR), cujos resultados servem habitualmente de arma de arremesso da nossa pouco qualificada oposição contra o Governo Regional, assinala uma melhoria significativa das várias métricas que oferece, e que não obstante têm de ser enquadrados face à condição insular, ultraperiférica da nossa Região, bem como ao facto de há apenas 50 anos, possuirmos autonomia para implementarmos as políticas necessárias para diminuirmos as assimetrias verificadas ao longo de 5 séculos sob o jugo centralista de Lisboa.
Atentemos a este balanço: a economia cresce, a riqueza aumenta, a percentagem de pessoas com maiores dificuldades económicas e as desigualdades diminui (embora ainda seja, evidentemente, preciso continuar a trabalhar nesta área), o desemprego mantém-se em níveis reduzidos e a capacidade aquisitiva dos residentes aumenta, como pudemos assistir em particular nesta quadra festiva. Seriam razões mais que suficientes, para dizer que este foi um ano fantástico para a Madeira.
Mas há uma sombra a diminuir a radiância desta luz. O problema prende-se com a irresponsabilidade dos partidos da oposição. Partidos que reprovaram o orçamento no início da segunda semana de dezembro, deixando a Região sem possibilidades de fazer os investimentos necessários para continuar o rumo de desenvolvimento e progresso, assim como para implementar as medidas fundamentais de apoio aos mais vulneráveis. Partidos que aprovaram uma moção de censura, fazendo cair um governo que foi eleito em maio passado, com os votos dos madeirenses e porto-santenses. Com a agravante de esta ter sido uma moção de censura feita em Lisboa, que critica fortemente o Partido Socialista da Madeira, mas que é ridiculamente aprovada por esse mesmo partido, e também por aqueles que antes se diziam completamente avessos aos Chega, que traçavam linhas vermelhas e que rejeitavam qualquer tipo de entendimento.
Tentam, portanto, travar este rumo de progresso da Região e da melhoria das condições de vida de todos os madeirenses. Mas, uma vez mais terão de enfrentar quem há 50 anos luta pelos anseios de um povo autonomista, quem combateu contra tudo e contra para debelar as dificuldades com que se debateram os madeirenses ao longo de séculos, quem sempre soube dar a confiança e orgulho ao nosso povo: o PPD/PSD-Madeira.
É por isso que o meu desejo para 2025, ano de novas eleições legislativas regionais é tão e somente o seguinte: responsabilidade, estabilidade e previsibilidade. E isto só é possível, estou segura, com um governo liderado pelo PPD/PSD Madeira, assente na clara e inequívoca vontade demonstrada nas urnas pela nossa população.
Um próspero ano novo para todos, com muita saúde e sucesso.