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Artigo de Opinião

29/04/2024 07:30

Uma das causas da degradação da Escola e dos ataques à consideração pessoal e social que é devida a cada Professor, foi a egolatria da Classe na interpretação do 25 de Abril.

Ao contrário da valorização e da afirmação social a que se assistiu noutras Profissões, por exemplo os Enfermeiros, no caso dos Professores viveu-se a moda de que o futuro estaria na proletarização da Classe. Estaria na subversão da missão do Professor, para que Este promovesse outros processos de vida que, no planeta, já então se encontravam num estádio de rejeição histórico-política.

Hoje, é necessário que o Professor retome e cresça os Seus estatutos profissional e social, sem egolatria, mas afirmativamente ciente de que serão muito poucas as profissões que, como a Sua, se encontram ainda com a possibilidade e a missão de salvar a Humanidade de uma catástrofe.

Pelo que volto aos cuidados para o quais, atrás, chamei a atenção, face aos recursos que as novas tecnologias oferecem a quem tem a missão de Ensinar e de Formar.

Insisto. As maravilhas dos avanços científicos são também Maravilhas de Deus.

Enterre-se todos os temores e dúvidas que lhes possam existir.

Temos é de criar um mundo onde a prioridade seja a Pessoa Humana e as instituições, nacionais ou internacionais, estejam ao serviço da Sua dignificação.

Agora, perdoem-me, rejeito o sentido conformado e passivo que se pretenda dar à expressão “educação para o silêncio”.

Não! Hoje, quando se pede uma Educação em que a Formação de cada Ser Humano é objectivo principal, não é para cada um se calar ante os desafios que a Humanidade propõe às nossas consciências.

Não! A Educação/Formação não é uma mera catequese mal dada, que depois se vai esquecendo. Não é para ser descartável. Não é para ser usada num determinado ou curto período de vida. Não é para utilização sumária.

É, para com Valores e com Racionalidade, ser Evangelização.

A Escola não deve ensinar para silêncios posteriores. Não deve ensinar para apenas satisfazer necessidades ou imperativos de cada momento da vida.

Educação é ruído.

Educação é movimento.

Educação é penetrar nas massas humanas.

Educação é percurso permanente

Educação é Revolução Tranquila.

E só Formação, a par da robustez de Conhecimentos, é que faculta a preparação bastante para enfrentar as mutações permanentes do mundo. Como hoje, por exemplo e fundamentalmente, são os impactos da questão prioritária, a Ecologia.

O mundo tem de saber enfrentar os problemas que resultaram e resultam da interacção dos seres vivos com o meio que nos cerca. Rapidamente temos de encontrar soluções à escala global para novas fórmulas de estruturação e de desenvolvimento da Pessoa Humana e das comunidades em que se integra. Quer na relação com o Meio Ambiente, quer na evolução dos Seus processos de adaptação, quer na influência que o desenvolvimento científico/tecnológico possa ter nas condições de vida dos Seres Humanos.

Nesta matéria, não sou catastrofista, nem negacionista.

O Ser Humano existe há milhões de anos à superfície da Terra. Toda a História da Humanidade é a da sobrevivência desta, perante todas as transformações permanentes do Planeta.

O Conhecimento, quer o do Homem Pré-Histórico, quer o das mais avançadas Universidades dos nossos dias, facultou sempre ao Homem acabar por dominar a Natureza. Pagando erros, sempre que os cometeu.

Temos de estar atentos e a Escola motivar com prioridade para a questão ecológica, também nesta matéria com Formação. Insistindo que se trata de uma das principais Questões de Cidadania. À qual se exige os Poderes Públicos vinculados.

Mas contra os alarmismos que politicamente visam reduzir a nossa Qualidade de Vida e nos tornar subsídiodependentes de um Estado assim cada vez mais totalitário.

Minhas Senhoras e meus Senhores:

Procurei Vos trazer um testemunho pessoal que a idade faz produto de muitos anos de Vida, graças a Deus. E que é também produto de muito tempo de responsabilidades públicas.

Ser Professor, e também o fui, ser Professor é ser inquieto perante a sociedade.

Não nos devemos limitar a ser “profissionais de ensino”.

Sobretudo somos Educadores.

E somos Educadores, na medida em que a par da transmissão de Conhecimento, somos agentes de Formação da Pessoa Humana.

Não há um padrão único de ser Professor.

Trata-se de uma das áreas profissionais onde a palavra “unidade” choca com a riqueza da Criatividade, choca com o Direito à Diferença, choca com a Identidade de cada um.

Ora, Identidade, Diferença e Criatividade são absolutamente necessárias para o sucesso da “revolução” que o mundo deve exigir ao Ensino dos nossos dias.

Não haja medo da palavra “revolução”.

De facto, muitas vezes e infelizmente, traduziu-se em violência, opressão, desrespeito, tragédia.

A Madeira demonstrou ser possível uma Revolução Tranquila.

Se vermos bem a História, as grandes transformações na Humanidade com maior sucesso e mais positivamente decisivas, foram-no através da Paz que permite o desenvolvimento do Pensamento e da Ciência em Liberdade.

A verdadeira “revolução” faz-se de e com afectividade, com a vontade orientada para aquilo que para nós é o Bem.

Só com Amor há uma verdadeira “revolução” de resultados positivos para a Humanidade. Digo isto sem nunca ter sido um “hippie”.

Educar é a “revolução da ternura”. (fim)

· Estrato de trabalho apresentado às Senhoras Professoras e aos Senhores Professores das Escolas à responsabilidade da Congregação Irmãs de Nossa Senhora das Vitórias.

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