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Artigo de Opinião

Vice-presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz

18/09/2024 08:00

Hoje decorre mais uma mega operação policial por suspeitas de vários crimes e negócios pouco claros entre organismos governamentais e empresas. Infelizmente, esta tem sido a marca dos últimos tempos da política na Madeira.

No entanto, uma guerra mais profunda, que ameaça ferir de morte a democracia, está em curso e é essa de que me quero ocupar neste espaço democrático que me permite o JM Madeira.

Um espaço que tento honrar porque é isso que merecem todos os espaços que garantem a pluralidade e a representação. E estes valores são tão mais importantes e mais caros quando o partido que governa esta Região há já quase cinco décadas se prepara para fazer passar uma alteração à Lei Eleitoral que acaba com o círculo único e a garantia de que todos os votos valem o mesmo.

As desculpas esfarrapadas para mais esta ofensiva política de tentar ganhar na secretaria a influência que têm perdido nas urnas, são as mesmas de sempre. Ou seja, disfarçam os próprios interesses com o interesse da população, quando, na verdade, na Madeira, todo os concelhos já elegem os seus representantes nas autárquicas e a proximidade só não é garantida por outras esferas do poder se quem as ocupa estiver mais preocupado em manter-se no poder, servindo os seus próprios interesses, em vez de servir o povo.

A única verdade por detrás desta ofensiva vergonhosa é que o PSD tem vindo a perder influência e está longe das maiorias absolutas conquistadas pelo líder histórico que esta nova geração de social democratas quis combater.

Estes novos políticos esquecem-se é que as maiorias absolutas perdem-se por culpa própria e que essa perda expressa a vontade do povo numa mudança. Esta é a única verdade, e é a verdade que o PSD quer anular com estas proposta de alteração da Lei Eleitoral. O que o PSD quer é anular a vontade do povo, criando novas regras que garantam a sua perpetuação no poder, o regresso a uma bipolarização política que sempre o beneficiou, matando os novos partidos e o capital de esperança que alguns deles já conquistaram.

O que o PSD pretende é desvirtuar a Democracia para se manter num lugar que já não lhe pertence. Chama-se a isto ganhar na secretaria o que já não conseguem conquistar nas urnas. E a pequenez desta ofensiva é o reflexo da pequenez de uma classe política ainda dominante, que tem secundarizado os interesses da população em seu próprio benefício.

Esta classe política, na verdade, só tem para apresentar um crescente empobrecimento de grande parte da população, uma terra onde só os muito ricos conseguem comprar casa sem as esmolas do Governo, um sistema de saúde que não chega a todos, um modelo de mobilidade que continua a ser de acesso difícil para muitos, um discurso de sucesso que é uma construção e não uma realidade.

Esperemos é que o maior partido da oposição, o PS, não se deixe levar pelo ‘canto da sereia’, porque acabará afogado na própria lama que ajudará a levantar.

Era tempo de todos os partidos perceberem que há valores mais altos, que a Democracia plena é um bem não negociável, que os jogos políticos raramente acabam bem, e que atuar contra o povo, desvirtuando a vontade deste, mais cedo ou mais tarde acaba mal.

É também preciso que todos os cidadãos percebam e se unam contra ofensivas que colocam em causa a sua representatividade e a Democracia. É tempo de perceberem que o que se faz em política não são meros movimentos políticos, mas atos que nos tocam a todos.

É tempo de não ficarmos calados!

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