Atinge 5% a 10% das pessoas com mais de 65 anos e 20% a 40% têm mais de 85 anos.
A Doença de Alzheimer pode ser divida em três fases - leve, ou fase inicial, moderada, ou fase intermédia e grave, ou fase tardia, de acordo com o nível de comprometimento cognitivo e o grau de dependência do indivíduo. Esta divisão serve como orientação para se entender o progresso da doença, para ajudar os cuidadores a estarem atentos a potenciais problemas e para permitir o planeamento de futuras necessidades. Cada indivíduo viverá a evolução da doença de forma diferenciada e distinta. Na fase leve da doença, o indivíduo mostra queda significativa no desempenho de tarefas instrumentais da vida diária, mas ainda é capaz de executar as atividades básicas do dia-a-dia, mantendo-se independente. Na fase moderada, o comprometimento intelectual é maior e o doente passa a necessitar de assistência para realizar tanto as atividades instrumentais como as atividades básicas do dia-a-dia. Na fase grave da doença, o doente geralmente fica acamado, necessitando de assistência integral. Nessa fase pode apresentar dificuldades de deglutição, alterações neurológicas, incontinência urinária e fecal.
A reversão da deterioração causada pela Doença de Alzheimer ainda não foi descoberta e os tratamentos disponíveis atualmente visam à melhoria cognitiva e diminuição de sintomas comportamentais, através de medicação e técnicas cognitivas de reabilitação, além de informações sobre a doença e o apoio a familiares e cuidadores. Além de défices cognitivos, alterações de comportamento e sintomas psiquiátricos, estes doentes ainda apresentam problemas usualmente verificados em idosos sem demência, tais como discriminação social, mudança no papel social, solidão, problemas financeiros e desconforto emocional, associados ou não a algum comprometimento físico.
A reabilitação neuropsicológica visa maximizar funções cognitivas através do bem-estar psicológico, da habilidade em atividades de vida diária e do relacionamento social. Além disso, também busca a diminuição dos défices que causam afastamento e isolamento social, dependência e discriminação. É um tratamento multidisciplinar que envolve os doentes e seus familiares ou cuidadores, levando em conta as alterações físicas e cognitivas bem como o contexto em que se encontram.
Os défices na memória são os primeiros sintomas da Doença de Alzheimer e são também os que causam maior frustração e incapacidade, comprometendo a sua qualidade de vida, levando a que o doente se torne cada vez menos independente, aumentando a necessidade de cuidados de terceiros.
Podendo-se intervir de forma a se retardar a degradação cognitiva destes doentes, melhorando a sua qualidade de vida, é, sem dúvida, uma intervenção de extrema importância, não só para o individuo e família, como também para a sociedade, conseguida através da reabilitação neuropsicológica.
Compreender a doença e os sintomas que provoca é o primeiro passo para a reabilitação de um doente de Alzheimer, que se consegue com o acompanhamento especializado na área de neuropsicologia, em que os cuidadores terão um papel crucial durante todo o processo.