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Artigo de Opinião

25/01/2024 08:00

Karl Marx disse: “Mesmo que não queiram intervir na política, esta tomará sempre contra vós”.

Uma verdade a ter presente pelos bolónios do “eu, cá, não quero saber de política...”, ou do arrogante, irresponsável e burro “eu, cá, não voto...”

Vejamos as várias hipóteses (H) que as eleições de Março colocam:

H1: Maioria absoluta da Aliança Democrática.

H2: Maioria absoluta do PS.

Nestas primeiras duas hipóteses, fica logo resolvido que Governo.

Mas se nenhum Partido conseguir maioria absoluta?

H3: O bloco comuno-socialista, somado, consegue maioria parlamentar.

O novo líder do PS já disse que o seu principal objectivo é impedir que a Aliança Democrática possa governar. Daí, e porque Pedro Maduro Santos foi o principal artífice da primeira aliança dos socialistas com os comunistas PCP e “bloco”, ou teremos um “acordo parlamentar de governação” entre PS e comunistas, ou mesmo os comunistas no Governo da República.

Será a venezuelização de Portugal.

Quem, nestas circunstâncias, nacional ou estrangeiro, correrá o risco de colocar um cêntimo na Economia portuguesa?

H4: O PS resolve governar minoritariamente. Mesmo que, para já, o Governo passe na Assembleia da República, a desastrosa instabilidade política trará a queda desse Governo, mais cedo ou mais tarde.

H5: O bloco não comuno-socialista, somado, consegue uma maioria parlamentar. Mas como Montenegro já disse que não aceita o “chega” no Governo, e o “chega” diz que, ou vai para o Governo, ou não faz qualquer acordo parlamentar, isto leva-nos a nova hipótese.

H6: A Aliança Democrática tenta um Governo minoritário. Só que não passa porque, mediante a correspondente moção de censura já anunciada pelo “chega” se não o deixarem integrar um Governo maioritário não comuno-socialista, tal torna impossível um Governo minoritário da Aliança Democrática.

A não ser que o PS facilitasse.

Porém, o seu novo líder também já disse que tudo, menos a Aliança Democrática no poder.

H7: Bloco central PS/PSD.

Para mim, sempre foi a solução ideal para os Portugueses.

Mas seria preciso uma “revolução” no interior do PS e do PSD, a romper com as “forças ocultas” que os dominam e às quais interessa que tudo continue na mesma, para benefício dessas oligarquias.

Solução ideal. Especialmente agora nos 50 anos do 25 de Abril. Porque, tal como noutras experiências democráticas de êxito, hoje consolidadas nesses países, permitiria a maioria constitucional necessária para as Reformas inadiáveis. Que, ao fim destas décadas, salta à vista dos Portugueses serem imprescindíveis ao Bem Comum.

Ou o Bem Comum dos Portugueses. Ou, como agora, os lucros das oligarquias e as benesses das clientelas partidárias. A alternativa é clara!

“O mau Direito é inimigo do Estado de Direito” (Nial Ferguson em “O declínio do Ocidente”).

E é ridículo dizer que a solução “bloco-central” seria perigosa porque faria crescer os extremos. Como se estivéssemos condenados ao atraso, por causa das teorias do “mal maior e menor”. Quando toda a gente percebe que se trataria de uma solução temporária, meramente de emergência, para um só mandato!

H8: O Presidente da República entende que nalgumas hipóteses anteriores, verificam-se situações de Governo minoritário que, mesmo contratualizados “acordos parlamentares”, não garantem a estabilidade minimamente necessária ao Estado. E então convoca novas eleições.

Não se sabe por quanto tempo e por quantas vezes o País andará adiado nestes termos...

***

Perante todas estas hipóteses de Março e porque não devo obediência a qualquer organização “secreta” ou “às claras”. Só à minha consciência. E porque também “estou-me nas tintas” para o “politicamente correcto” e para as “verdades oficiais” de qualquer regime político. E, mais ainda, porque sempre me assumi opositor do Sistema Político estabelecido pela Constituição portuguesa 1976.

Eis porque volto a escrever sobre a hipótese 5.

No “bater no fundo”, que é a presente situação do Estado e dos seus Serviços, todos temos de ser muito claros.

Para mim, o maior perigo para os Portugueses são os comunistas PCP e “bloco” voltarem à “área do poder”. Tal como o capitalista Pedro Maduro Santos está no seu Direito de entender que o maior perigo será a Aliança Democrática.

Mas basta olhar para a História mundial. Sobretudo para a mais recente e para o que vivemos no presente.

Desde a fundação do “chega” que o PS, com o apoio de alguma comunicação “social”, pressionou, intimidou, chantageou os Partidos não comuno-socialistas.

Com Rui Rio e com Montenegro, o PSD deixou-se “cair como um patinho”!...

Mas comigo, não pega! Até porque as pessoas leram ou ouviram o que eu impiedosamente sempre disse do “chega”.

Porém, entre ter os comunistas na área do poder a destruir e a venezuelizar Portugal, eu prefiro, salvo o “bloco central” ou uma maioria AD, engolir uma coligação com o “chega”, que está aferido pelo Tribunal Constitucional.

E pela actual realidade de os partidos seus congéneres nos Governos de vários países da Europa democrática - até com uma Primeiro-Ministro (Itália) - até agora, em nenhum caso terem violado as respectivas Constituições, Leis e Instituições democráticas. A sua obediência aos regimes democráticos até resultou nos respectivos esvaziamentos.

Da parte da Madeira, o que tem de ser exigido do “chega”, é um compromisso de respeito e de alargamento da nossa Autonomia Política.

Se a gente que dirige o PSD nacional preferir entregar o País ao comuno-socialismo, então tem de ser barrada!

Nos Sociais-Democratas não faltará quem aceite ser Primeiro-Ministro de um Governo do bloco maioritário não comuno-socialista.

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