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Artigo de Opinião

18/07/2024 08:00

Durante um jogo de cartas, alguém percebe que um dos elementos da equipa adversária viu um dos seus sinais que deu a um dos elementos da sua própria equipa. Aflito, olha para quem o viu fazer batota e diz: Batoteiro! E começa a confusão...Chama antes que te chamem?

Nunca vi tanta ofensa gratuita dirigida a pessoas. São usados nomes horríveis na ofensa.

Quem somos nós para ofender?

Ofender é entrar na casa de alguém sem autorização. Ofender é ir contra a liberdade individual dessa pessoa. Só importa a nossa liberdade? A do outro (ofendido) não é tida em conta?

Usamos a nossa liberdade de expressão para agir contra a liberdade dos outros?

Ofender é tocar. A pessoa ofendida sente algo que não pediu. Está a ser tocada sem ter dado autorização, e por pessoas que não conhece ou com quem não tem relação. Mesmo que não esteja nas redes ou nem leia, o que escrevem, essa pessoa tem com certeza, alguém próximo que vê e sente.

No entanto, o modo como ofendemos descreve-nos mais a nós do que propriamente à pessoa que ofendemos. Quem ofende é atualmente chamado de “hater”. Em português significa “odioso”. Alguém que destila o seu ódio sobre outro.

Será que criticar e ofender é mais fácil que elogiar? Na crítica, colocamos o outro abaixo de nós. No elogio colocamos o outro acima de nós. Imaginemos agora ofender alguém com sucesso na sua área: desportista de sucesso, cantor que enche arenas, político eleito ou até blogger com muitos seguidores.

Colocar esses “não anónimos/famosos” abaixo de nós faz-nos sentir mais importantes? Vamos tornar-nos pessoas mais importantes na nossa anónima vidinha? Sentimos que, na ofensa, as pessoas ficam abaixo de nós, mas será que ficam?

Vamos imaginar as situações no trânsito, onde as ofensas são muitos frequentes. Quem ofende, mesmo que o ofendido tenha desrespeitado as regras de trânsito, fica mais bem visto ou perde a razão que tinha devido ao comportamento ofensivo que teve?

Se a má educação e a ofensa fazem-nos perder a razão, então porque é que se continua a destilar ódio? Ego?

Será que os movimentos de ódio existem para uns se sentirem superiores a outros?

Os movimentos de ódio, que são muito perigosos e responsáveis por crimes graves, crescem em grupos organizados que promovem ideologias extremistas e atitudes hostis contra indivíduos ou grupos com base em características como cor da pele, religião, etnia, orientação sexual, gênero, nacionalidade ou outras identidades. Esses movimentos podem variar nas suas crenças e métodos, mas têm o objetivo comum de espalhar a intolerância e promover a violência.

É fácil passar da ofensa/violência escrita e verbal à violência física ou até às balas disparadas. As ofensas têm de acabar!

Trump sofreu um atentado esta semana. Nesse atentado, morreu quem atentou sobre ele (um jovem de 20 anos que tinha armas devido a políticas defendidas por Trump) e morreu alguém na plateia que, com a vida, defendeu a própria família das balas que foram disparadas. Um pai morreu vítima de balas, porque estava a apoiar um defensor de armas que, naquele momento, estava a destilar ódio contra os imigrantes. Só não são imigrantes nos EUA os povos indígenas.

Trump é responsável por muitos movimentos de ódio. Combatê-lo a ele e a outros é não destilar ódio sobre ninguém.

“Não importa o que aconteça na vida, seja bom para as pessoas. Ser bom para as pessoas é um bom legado para deixar.” Taylor Swift

“O futebol ensinou-me que eu tenho que usar as pessoas negativas como forma de motivação.” Cristiano Ronaldo

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