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Artigo de Opinião

Nutricionista

29/07/2024 08:00

Chegaram as Olimpíadas, uma competição saudável, onde se destaca a integridade, amizade, equidade, igualdade, respeito e paz. Um momento tão importante, onde todos os países do mundo se unem para uma competição limpa e saudável. Uma semana de competição justa, onde se perde e ganha respeitosamente e com um “jogo limpo”.

Seria tão bom se aplicássemos todos estes princípios não só em uma semana, mas todos os dias da nossa vida e em todas as áreas da nossa vida.

Continuo a batalhar neste assunto, porque no dia a dia, parece que apenas usamos todos os princípios de forma muito superficial. Glorificarmos os sucessos de alguém, apoiarmos outros no fracasso e tratarmos todos com igualdade é muito importante, para evoluirmos como sociedade.

Sentimentos como inveja, repulsa, raiva e presunção, têm que ser explicados e adereçados desde a infância. Mas a questão é que as crianças, agem por imitação. Como poderemos ensiná-las a serem adultos melhores, se nós próprios, não tentamos adereçar as nossas emoções e formas de ver o mundo e se a própria cultura e sociedade não evolui?

A verdade é que não vivemos numa sociedade limpa. Em primeiro lugar, está sempre a economia, acima de todos os princípios. Em seguida, estão as “cunhas” e os “amigos”, que são sempre dos primeiros a pisar o pódio, seja em oportunidades de emprego, melhores ordenados, lugares na fila e outros benefícios. E só depois, está então o interesse público.

Para vingar e vencer, através de um jogo justo, é muito, muito difícil! Ou tens dinheiro ou tens “amigos”! Agora pergunto: Como ficam os 90% sem amigos?

Por exemplo, os estudantes que regressam à ilha. Aqueles, com um diploma justo e um ótimo aproveitamento escolar, fruto do esforço abismal de pais “sem amigos” e sem bolsas porque são “ricos da classe média”. Muitos destes estudantes chegam à sua terra e simplesmente não conseguem vingar de forma justa. Passam-se 20 anos e já são adultos de 30 ou 40 anos, com ordenados baixos, que continuam a viver em condições apertadas e ainda por cima, hoje em dia, sem possibilidade de sequer ter um teto para morar. Porquê? Porque não se esforçaram? Nem por isso! Simplesmente, porque há sempre um “amigo” que passa à frente! São estes os princípios de respeito e integridade e de competição limpa?

E mais, o Governo e a sociedade têm de ter mais literacia e rever os princípios de igualdade e equidade. Como é que um turista ou um emigrante tem mais condições para viver na ilha do que um madeirense contribuinte?

Não é xenofobia, nem racismo. As pessoas são bem vindas, desde que não se menospreze aquele que sempre viveu na região e que sempre contribuiu com o seu ordenado para as contas do governo regional. Tem de haver igualdade!

Viver numa terra onde se desconsidera o poder de compra do conterrâneo e as suas condições de vida, não é viver em “integridade, amizade, equidade, igualdade, respeito e paz”. É este o exemplo que queremos passar para os nossos filhos?

Enfim, duas medalhas de ouro para a Madeira:

- Medalha de ouro para o melhor destino turístico, onde o turista é sempre considerado em primeiro lugar, acima de tudo e todos.

- Medalha de ouro para destino insular, onde o nativo é sempre considerado em último lugar.

Resumindo, no pódio temos os turistas, os imigrantes e em último lugar o contribuinte. Só falta mesmo esquecermos a língua portuguesa e começarmos todos a falar só em inglês.

And the winner is... Região Autónoma of Madeira!!!

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