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Artigo de Opinião

Advogado

30/07/2024 08:00

Maduro foi eleito, com 51% dos votos, embora as sondagens dessem como garantido a sua derrota.

Foram a eleições o Partido Socialista Unido da Venezuela, do Maduro e a Mesa de Unidade Democrática, coligação de partidos (dizem que de cariz liberal), representados por Maria Corina Machado.

Ora, os resultados saíram de madrugada, e acordaram os luso venezuelanos em estado de choque, como se tivesse caído uma bomba. Falei com representantes da comunidade no espaço político, que garantiram-me que houve fraude eleitoral, e que o voto já é electrónico desde a altura do Hugo Chávez, sem me explicarem muito bem a fraude, dizem que tem qualquer coisa a ver com a manipulação do algoritmo. Que é estranho a vitória de Maduro, lá isso é, face às sondagens.

Também vários políticos me disseram, que existe um grande número de luso venezuelanos na Madeira, uns disseram-me que existem 20 mil, outros que apenas existe 12 mil, e ainda outros, afirmam, que não é possível saber quantos existem, uma vez que não há um método efectivo para produzir esta estatística.

Pelo que tenho observado, os luso venezuelanos, detestam o socialismo.

Na Madeira quando os partidos políticos se aperceberam que os luso venezuelanos davam votos, trataram de arranjar representantes para entrar nos partidos e pertencer à política regional.

Estes partidos, foram partidos de direita, e timidamente o ps madeira.

Primeiro criou-se uma associação para defender os luso venezuelanos, chamada de Venecom, que a meu ver, e até talvez esteja errado, deus me perdoe, serviu como incubadora política, e angariação de clientes a alguns advogados, também eles luso venezuelanos, entre outros interesses puramente económicos e sustentados numa rede de contactos. Mas não pode ser tudo mau, digamos que foram a única associação com expressão na ilha da Madeira, e que efectivamente representou as suas gentes.

O CDS madeira, foi o primeiro a acordar, e recrutou a presidente da Venecom, Ana Cristina Monteiro, impulsionadora do movimento, e que tem como profissão a advocacia. Chegou a deputada da Assembleia Legislativa da RAM, pois valia votos, neste momento e com a pseudorrenovação do partido, parece que foi dispensada.

O PSD entregou-se afincadamente a um núcleo de imigrantes luso venezuelanos, tendo bastante sucesso apesar de ter no seu nome, partido social-democrata, rapidamente, os luso venezuelanos perceberam, que se tratava de um partido com o espectro da direita, e onde podiam lançar as suas carreiras políticas. Neste momento têm um deputado na Assembleia legislativa da RAM, Carlos Jose Fernandes Ribeiro, que saltou para a ribalta por ter demonstrado características de liderança, na famosa manifestação luso venezuelana, na praça do município, onde o Cafofo, ainda na Câmara do Funchal, tentou apropriar-se da mesma e partidarizar um movimento espontâneo dum povo que sofre. Também têm uma recente vereadora, que nasceu com a coligação Funchal Sempre à frente e que já há alguns anos estava na base de apoio do psd Madeira, trata-se de Ana F. Osío Bracamonte.

O PS Madeira, timidamente, ou infrutivamente tentou imitar a receita de sucesso do PSD madeira, no entanto revelou-se um fracasso total, também há que ter em conta o seu nome, partido socialista. Recrutou como representante o jovem, Jesús Manuel Teixeira Santana, que abnegadamente e contra todas as marés tem tentado dignificar a representação dos luso venezuelanos, num partido que é contra a lógica liberal, que caracteriza na minha opinião o pensamento luso venezuelano na Madeira.

Quanto aos restantes partidos, têm revelado uma profunda inércia, na defesa dos direitos destes cidadãos, do pcp ao bloco de esquerda, da iniciativa liberal ao Chega, sendo o caso mais grave, o caso do chega, que revela, alguma xenofobia, na falta de solidariedade, com os recém imigrantes luso venezuelanos, até me leva a dizer não os querem aqui, que para eles a Madeira pertence aos madeirenses, e por extensão ao André Ventura, uma vez que na classe política há quem defenda que o Chega Madeira não existe, talvez seja por terem uma sede no segundo andar.

Concluindo, houve uma esquerda que por ódio ou desprezo, e nesta esquerda incluo a extrema direita e designadamente o Chega, afirmou que esses indivíduos vinham para aqui roubar as casas e o trabalho aos madeirenses, bem como viver a partir de subsídios.

O que se provou e foi noticiado nos média, é que estes mesmos são trabalhadores e estão a adaptar-se à RAM, fazendo todo o tipo de trabalhos, muitos deles são proactivos revelando-se excelentes empresários, trazendo o seu know how, que traduz-se em anos de experiência empresarial na Venezuela.

Sim, sou a favor da manifestação, contra a fraude eleitoral na Venezuela, e que é a favor da coligação da oposição.

Um pequeno reparo, a minha única crítica é de que podiam fazer um esforço maior para aprender, o português, vector determinante na integração de qualquer povo, é aprender a sua língua.

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