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Artigo de Opinião

27/02/2024 08:00

Até o próximo dia 10, por culpa da hiperbólica sucessão de trapalhadas de Ministros, Secretários de Estado e afins, escolhidos por um António Costa em maioria absoluta, lá levamos de novo com promessas, demagogias, mentiras e ataques pessoais em barda. No meio desta cacofonia toda, lá se vai ouvindo, aqui e ali, alguma ideologia. São formas diferentes de ver o papel e gestão do Estado, esse voraz Leviatã a quem se condescende cada vez mais, como um cão de 60Kg que nos rói e parte tudo em casa, mas que continuamos a não confinar ao quintal.

Naquele dia do próximo mês de Março há uma escolha a fazer, que não é entre este ou aquele partido, o meu ou o teu ou dos que espumam pela boca. A escolha real, para além das caras maquilhadas nas televisões ou das mentiras que se perpetuam na História recente do regime, é entre a continuidade e a mudança; entre manter tudo morninho, ou saltar fora da panela que cozinha devagar.

Por um lado, o da continuidade e mais além, há aqueles que já se auto-nomearam campeões da Nação, que sabem o que é melhor para nós, apesar de nós. “É preciso é fazer”, dizem, mas não especificam o quê, como, ou sequer porquê. É preciso é fazer e depois vê-se, com o dinheiro dos outros, também eu faço. Fazer, fazer e fazer apesar de tudo e todos lembra outros tempos anteriores à Queda da Cadeira, mas quem sou eu para fazer comparações.

Estes arautos dos amanhãs cheios de arco-íris, cheios de diplomas em economia e afins, acreditam (tal qual Salazar, já agora) que é o senhorio quem deve fazer acção social, e que a imputação desse encargo extra vai incentivar outros proprietários de imóveis a colocar-se naquela situação. Claro que sim. Acreditam, estes supra-sumos do alheio, que é expropriando, forçando e taxando que se agiliza uma economia. É como se acreditassem que o Diogo Ribeiro se tornou campeão mundial nos 50 e 100m mariposa por ter mergulhado naquela piscina emaranhado em correntes, grilhetas e cilícios. Eles é que sabem e é função do cidadão obedecer e agradecer a benevolência das suas intenções, mesmo que o resultado seja um país onde todos empobrecem, mas que sempre vão tendo dinheiro para “cigarros e bilhar” — até quebrar: quem vier atrás que apague a luz (se não tiver sido já cortada).

Do outro lado, mais vezes de forma envergonhada do que seria desejável, há quem queira manter a juvenil “nota no bolso p’ra cigarros e bilhar” do Carlos Tê, mas preconize a mudança para uma economia mais ágil (talvez ainda pouco...), sem a chibata de quem quer fazer, dê por onde der. Antes preferem alongar a trela para deixar fazer quem sabe de si, mesmo que não faça o “ideal”, mas ainda mantendo o controlo. Talvez dêem em Diogos Ribeiro vestidos na piscina; quem sabe?

Do lado da mudança também há quem a queira levar mais longe, poupando nos “cigarros e bilhar” para acorrer apenas às emergências. Esquecem a trela, mantendo apenas a larga cerca da ética (mais importante que a lei); pretendem retirar as correntes, grilhetas e cilícios, ainda assim mantendo a cueca, para que os Diogos Ribeiro deste país se tornem campeões de moto próprio.

Tendo-me mudado para cá há pouco tempo, não vou poder votar a 10 de Março. Se pudesse, sei bem quais os contendores em quem não votaria por nada. Nunca gostei que me dirigissem a vida, nem padeço de inveja de quem tem ambição e arte para ter mais do que eu, até mesmo muito mais, desde que não me roube — até porque o Estado não gosta de concorrência.

Sem mudança não há evolução.

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