O aumento exponencial do Turismo na Região Autónoma da Madeira tem exigido esforços redobrados por parte de entidades públicas e de todos os agentes turísticos. Reconhece-se a escassez de mão-de-obra relativamente à crescente procura e reconhece-se igualmente a forte pressão turística sobre determinados pontos, com claro compromisso da qualidade de vida dos residentes.
Ainda assim importa que não nos esqueçamos que sempre fomos um destino turístico e que é o Turismo o pulmão da economia da Região. Precisamos do Turismo, sempre primamos pela hospitalidade e urge que seja feito, pelas entidades competentes, um trabalho de sensibilização dos visitantes no sentido de não ser descurada a preservação dos locais mais visitados e de se apostar, como várias organizações defendem, e bem, num manual de boas práticas para os turistas. Urge trabalhar no sentido de ser travada, atempadamente, a onda que alguns querem começar a criar, de virar as costas aos turistas ou mostrar-lhes má cara.
A adequada gestão deste fenómeno de pressão turística exige reflexão por parte das entidades competentes e, sobretudo, a auscultação das autarquias porque não basta apontar o dedo aos turistas quando estamos a falhar redondamente no que concerne à promoção do destino Madeira.
Analise-se, apenas a título de exemplo, o teor da campanha promocional “Madeira More to Explore”, levada a cabo pela Associação de Promoção da Madeira, há cerca de dois meses, destinada a promover o destino junto de vários influencers.
Tendo em conta a informação que consta no site institucional da entidade responsável pela ação, a intenção era muito boa: “...apresentar uma diversificação de percursos pedestres e atividades alternativas àquelas que têm sido mais procuradas pelos turistas que visitam o nosso destino...”.
Da intenção à ação em si, muito há que se lhe diga. No caso concreto do Porto Moniz, a lista de locais alternativos causa estupefação: Fanal, Praia do Cais do Seixal e Miradouros da Foz da Ribeira da Janela, três locais de beleza ímpar, é certo, mas já com forte pressão turística, como é de conhecimento público, e que já beneficiaram, merecidamente, diga-se, de uma grande promoção por conta, por exemplo, da gravação, nesses três locais, de cenas da Série The Acolyte, da Saga Starwars.
Não se percebe com que critérios e com base em que dados ou informações foram selecionados, pela Associação de Promoção da Madeira os “...percursos pedestres e atividades alternativas àquelas que têm sido mais procuradas pelos turistas que visitam o nosso destino...”. Percebe-se, aliás, que a seleção, pelo menos a julgar pelo caso do concelho do Porto Moniz, falhou redondamente.
Não tenho dúvidas de que a solução para a diminuição da pressão turística passa, sem dúvida, pela diversificação de espaços atrativos para o turista. Diversificar a oferta na Madeira ainda não é difícil pois a Natureza presenteou-nos com muitos locais dignos de visita, mas diversificar de forma criteriosa implica, necessariamente auscultar os agentes turísticos e também as autarquias.
Há que auscultar quem conhece o terreno, quem conhece os pontos de maior pressão turística e quem pode sugerir, com verdadeiro conhecimento de causa, spots alternativos.
As respostas adequadas ao atual cenário do Turismo na Região exigem mais esforço e trabalho conjunto e menos trabalho de secretária.
As respostas adequadas ao atual cenário do Turismo na Região exigem mais do que sacudir a água do capote. Envergonham a classe política pessoas como o Sr. Deputado Valter Correia que, com total conhecimento dos factos e do estado do processo em causa, acusou, de forma caluniosa, recentemente, à porta da igreja do Seixal, a Câmara Municipal de Porto Moniz pelos entraves à iniciativa privada que visa o aumento do número de estacionamentos no Seixal.
Assim não!