Neste início do mês de setembro, e citando uma publicação que me chegou via instagram, recordo “toda uma geração que não tinha estudos e que se sacrificou para dar uma educação aos seus filhos, aqueles que apesar de lhes faltar quase tudo, nunca permitiram que faltasse o essencial em casa, aqueles que incutiram, sempre, como valores essenciais o respeito e o amor por todos e por cada um, aqueles que ensinaram aos homens o valor de uma mulher e o respeito pela humanidade, aqueles que nunca se sentiram frustrados por viverem com pouco luxo, aqueles que trabalharam desde muito cedo e nos ensinaram que todas as realidades têm muito valor, aqueles que atravessaram tantas e tantas dificuldades e nunca, nunca, desistiram, aqueles que nos ensinaram a viver, sempre, sem medo!”.
Efetivamente, são os ensinamentos que recebemos ao longo da vida que nos definem como pessoas e nos auxiliam, com gestos muito simples e humanos, a fazer desta sociedade, desta Região, deste nosso País, um mundo melhor.
A verdade é que na vida nos vamos deparando com vários interesses e em que em muitos deles sobressai o egoísmo, a vaidade que não procura o bem comum, mas, antes, um projeto pessoal e em que facilmente a ilusão, que pretende tornar-se uma realidade, ofusca a riqueza do mundo que coloca no centro a dignidade da pessoa humana.
No regresso à atividade profissional, à escola, à faculdade, ou no início de um novo desafio, que não nos cansemos de escutar que “apenas se consegue alcançar a simplicidade através de muito trabalho” e será este trabalho simples e de grande proximidade com todos que nos permitirá alcançar o dito bem comum.
No que concerne às lides políticas, e em face do momento que vivemos, que oportunas e atuais se tronam as palavras de um homem que partiu muito cedo (Francisco Sá Carneiro) e que disse que a indiferença dos portugueses em relação à política se deve aos malabarismos que muitos partidos fizeram para continuar agarrados ao poder. Daí que seria tão bom que todos colocassem as prioridades regionais e nacionais acima de qualquer interesse ou jogo político-partidário para que se possa continuar a concretizar uma vida nova, ao serviço das pessoas, de uma Região, de um País!
Quantas vezes, e nos mais variados locais, se escuta aquela resposta ... “ah, isso não é comigo! ..., ah não tenho nada a ver com isso” ... e seguem adiante acalentando a esperança de que não os voltem a incomodar. É verdade que não percebemos de tudo, nem temos de abordar áreas que não são as nossas, sob pena de causar prejuízo, mas poderemos orientar e com este simples compromisso já contribuímos para o bem-estar de muitos. Tal como nos interpelava o poeta, deveremos colocar tudo quanto somos no mínimo que fazemos e se assim for, então, já estamos a fazer algum caminho e a fazer memória daquela geração que se sacrificou pelos seus filhos e netos e que “comeram o pão que o diabo amassou”!
Nesta recente atividade parlamentar na Assembleia da República, catedral da democracia, em que contrariamente ao que o cidadão comum possa pensar se trabalha com intensidade, inúmeras vezes não concordamos com posições ali assumidas por Colegas de outros quadrantes políticos. Contudo, essa dissidência nunca nos levou a tecer críticas depreciativas, mas, antes, a apresentar com empenho e vigor os nossos pontos de vista alicerçados em justos fundamentos.
Que a partir do mês de setembro ousemos cumprir o desafio que o Papa Francisco nos colocou...“Olhem para a janela. E perguntem-se: A minha vida tem uma janela aberta? Se não tiverem, abram-na o quanto antes. Não tenham vistas curtas. Saibam que estamos a caminhar para o futuro, que há um caminho. Olhem para o caminho.”