“Acho mesmo que o arquipélago da Madeira no seu conjunto podia ser, de uma forma inovadora, o património biocultural da humanidade”. Defendeu, esta tarde, a professora doutorada Helena Freitas, que abordou a temática ‘A Ciência Ecológica e o Futuro dos Sistemas Agroalimentares’.
Para isso, a especialista desafiou a Madeira a fazer a refuncionalização na articulação entre as levadas e Floresta Laurissilva, “que devia ter sido feita”, assim como em termos de sistema hidráulico e prevenção climática na conciliação entre a floresta e a agricultura.
Já no caso do Porto Santo, a ideia era a mesma, sendo que as “levadas da ilha dourada poderiam estar na base de um projeto de reflorestação que o Porto Santo precisa”.
Deste modo, Helena Freitas está convicta de que “as duas ilhas podiam ser, de facto, e não esquecendo as Desertas, património biocultural da humanidade. Seria uma coisa verdadeiramente única e inovadora em que reconhecemos o nosso legado”,disse.Já em termos mundiais, outro assunto que urge no entender de Helena Freitas é fazer uma transição de produção mais intensiva para uma produção mais amiga do ambiente.
“A nossa agenda da sustentabilidade tem de ser única (...) Todos temos de fazer a transição ecológica e, portanto, isto é um processo que a ciência ajudará, a inovação ajudará e as pessoas também vão ser agentes desta mudança”, reconheceu.
Coordenadora de um projeto europeu em agroecologia no controlo das espécies infestantes, a docente lamentou também a “excessiva” e “crescente” utilização de agentes químicos para a produção, defendendo ser possível fazê-lo sem. “Aquilo que estamos a colocar na planta, também estamos a comer nós”, concluiu.