No âmbito das celebrações do Dia Mundial do Mosquito, assinalado hoje, a Direção Regional da Saúde (DRS) destaca a importância da sensibilização e da ação coletiva para o controlo do Mosquito Aedes aegypti, com uma série de workshops dedicados ao tópico, destinado a profissionais envolvidos no programa regional de vigilância e controlo do Aedes aegypti.
O primeiro workshop decorreu ontem, com o tema ‘Controlo do Aedes Aegypti: Comunicar e sensibilizar para a ação’, no Núcleo de Apoio à Vigilância Entomológica (NAVE) da DRS, contando com a participação ativa de 10 profissionais.
“A presença do mosquito Aedes aegypti na ilha da Madeira é conhecida desde 2005, tendo este sido responsável pela ocorrência de um surto de Dengue entre setembro de 2012 a março de 2013. Para além da Dengue, este mosquito é um potencial vetor de doenças como Zika, Chikungunya e Febre Amarela. A crescente mobilidade de pessoas e a existência de vários surtos destas doenças em todo mundo, incluindo na Europa, determina também o incremento do risco de casos importados de doença e aparecimento de surtos”, recorda a DRS.
Perante o risco que este mosquito constitui para a saúde pública, além da vigilância das doenças transmitidas pelo mosquito efetuada pelas Autoridades de Saúde, a DRS desenvolve um programa regional de vigilância e controlo do Aedes aegypti.
No âmbito vigilância e controlo do Aedes aegypti, a DRS tem diariamente empenhada uma equipa de 23 profissionais das áreas da Saúde Ambiental, Engenharia Ambiental, Geografia e Comunicação. Ações preventivas são desenvolvidas em todos os concelhos da RAM, com a colaboração de vários parceiros, desde as autarquias a agentes dos sectores do ambiente, economia e turismo. Entre várias atividades, os profissionais da DRS fazem a gestão e manutenção de uma rede de armadilhas destinadas a captura e observação de ovos e mosquitos, instalada por todos os municípios da região (cerca de 230 armadilhas); a contagem e identificação de ovos e mosquitos em laboratório; processamento de dados recolhidos, elaboração e divulgação de painéis entomológicos, através de diversas plataformas digitais (média de 50 painéis emitidos por semana); e as denominadas ações de porta-a-porta, nas quais se procura detetar e eliminar potenciais criadouros de mosquitos e sensibilizar a população para as medidas preventivas. E porque a ação de toda a comunidade é importante, a sensibilização da população para as medidas preventivas é uma prioridade e tem sido alvo de crescente atenção pela DRS, razão pela qual foi esta a temático do workshop realizado no âmbito do Dia Mundial do Mosquito.
Sobre o tema, a DRS destaca ainda que é durante os meses quentes e com ocorrência de alguma precipitação que o Aedes aegypti encontra as condições mais favoráveis ao seu desenvolvimento e proliferação. “Travar a sua propagação é a melhor forma de reduzir a sua presença e o risco de surtos de doenças transmitidas por este vetor. Porque o Aedes aegypti é resistente aos inseticidas autorizados na União Europeia, a melhor forma de combate é a eliminação dos seus criadouros. Os principais criadouros são pequenas poças de água estagnada, que podem formar-se em objetos, como pratos de vasos, bebedouros de animais, pneus fora de uso, caleiras e sarjetas, ou elementos naturais, como plantas, pelo que deverão ser identificadas e eliminadas. Só com a ação de toda a comunidade será possível controlar o risco. A ação de todos é importante!”, remata.