No dia 24 de novembro, celebra-se o Dia Mundial da Ciência, uma iniciativa da UNESCO, que enaltece o papel da ciência para o desenvolvimento humano, assim como destaca grandes nomes da ciência, coloca desafios para o futuro e instiga o gosto pela ciência nas gerações mais novas.
Entre os vários projetos de investigação em curso, financiados pelo orçamento da autarquia, destaca-se a monitorização do mosquito Aedes aegypti, vetor de transmissão da Dengue, iniciada em 2005, após a sua primeira identificação na Madeira por investigadores do Museu de História Natural. Desde então, foi estabelecida uma rede de vigilância entomológica, com armadilhas de oviposição na cidade do Funchal e nos restantes concelhos da ilha.
Esta rede, que se mantém até hoje, e que constitui o programa de monitorização mais longo desta espécie a nível europeu, permitiu determinar com exatidão os ciclos de atividade do mosquito, a taxa de expansão, a recolha de ovos para estudos virológicos e de resistência aos inseticidas e avaliação das zonas de maior risco de um surto de doença, o que veio a acontecer em 2012-2013 com o surto de Dengue. Os dados científicos obtidos fundamentaram a Estratégia de Monitorização e Combate para 2024-2025, focada no conhecimento, sensibilização pública e ações de combate à espécie.
Paralelamente, está a ser feito um inventário da biodiversidade do Arquipélago da Madeira, com o objetivo de colmatar a lacuna existente na região no tocante ao meio marinho. O projeto envolve uma intensa cooperação científica com museus e institutos de investigação internacionais.
Destaca-se que, desde 2003, a Divisão de Ciência esteve envolvida em 12 projetos cofinanciados pela União Europeia, totalizando mais de 1 milhão de euros. Atualmente, destaca-se o projeto Locative Games for Cultural Heritage – LoGaCulture, financiado pelo programa europeu Horizon, que utiliza o Museu como campo de ensaios para tecnologias inovadoras de divulgação científica e patrimonial.
Além disso, neste momento, estão a ser preparadas duas candidaturas a fundos europeus na área das espécies e tecnologias do mar profundo na ZEE da Madeira, cujo resultado se espera positivo em 2025.
A ciência no Município do Funchal tem a sua origem no Museu de História Natural do Funchal, o museu mais antigo da região em funcionamento, criado pela CMF em 1929 e inaugurado em 1933. A investigação científica levou à criação de um departamento próprio, a atual Divisão de Ciência da Câmara Municipal do Funchal, tornando o Funchal a única autarquia portuguesa com competências próprias na área científica. Para além do Museu, a divisão de Ciência gere também desde 1999 a Estação de Biologia Marinha do Funchal.
O município, através do Museu de História Natural do Funchal e da Estação de Biologia Marinha do Funchal é membro fundador do IMAR – Instituto do Mar (desde 1991) e do OOM – Observatório Oceânico da Madeira (deste 2014) e parte dos seus investigadores integram o MARE-Madeira – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (desde 2015).