O deputado do PS-Madeira à Assembleia da República defendeu, hoje, a necessidade de ser concretizada a mudança política na Madeira, para transformá-la numa região mais próspera e com menos desigualdades e para libertá-la da opressão e da humilhação a que tem sido sujeita pelo Governo do PSD.
Miguel Iglésias, que falava esta tarde no âmbito da discussão da alteração à Lei Eleitoral para a Assembleia Legislativa da Madeira, aproveitou para deixar fortes críticas ao PSD e a Miguel Albuquerque, os responsáveis pela instabilidade que se vive atualmente na Região e que levará a que a Madeira caminhe para as terceiras eleições no espaço de ano e meio.
Depois da constituição de Albuquerque como arguido e da queda do Governo Regional, das eleições de maio passado e da aprovação da moção de censura em dezembro passado, que voltou a derrubar o Executivo, a Madeira aguarda agora a decisão do Presidente da República em relação à marcação de novas eleições, sendo que o parlamentar socialista espera que a alteração à Lei Eleitoral ainda seja aprovada a tempo do ato eleitoral. Sublinhou, a propósito, que esta discussão, com alterações essencialmente no que concerne à paridade nas listas de candidatos e ao voto em mobilidade (que foram sempre bandeiras do PS), só acontece graças ao facto de o PSD ter deixado de ter maioria no Parlamento madeirense.
O deputado do PS reforçou o facto de a Região enfrentar uma instabilidade política da responsabilidade do PSD, sendo que mais de metade dos membros do Governo são arguidos em processos por suspeitas de corrupção. Enquanto isso, a Madeira vive uma situação de desigualdades e problemas sociais graves, de continuação de emigração, de falta de oportunidades e criação de empregos qualificados, de contínuo empobrecimento, com milhares de famílias sem habitação digna, listas de espera na saúde intermináveis e com um governo que deixa faltar medicamentos essenciais no hospital.
“Estamos há quase 50 anos a ser governados pelo mesmo partido, que tomou conta da administração regional como se os funcionários públicos fossem militantes do partido. Um partido que gere a economia em função dos interesses empresariais que o suportam, que trata a população com desdém, que ameaça famílias com o seu emprego ou apoios sociais, não permitindo a livre expressão e participação de quem não alinha com o poder e regime instalado, que cria dependências sociais e económicas, que oprime e humilha”, disse, notando que “a democracia respira muito mal na Madeira”.
O parlamentar madeirense em São Bento realçou, por isso, que “é preciso uma mudança política definitiva se queremos verdadeiramente transformar a Madeira numa região mais próspera, com menos desigualdades e onde os jovens sintam que têm futuro”.
Isto porque não é admissível que a Região tenha um PIB per capita superior à média nacional, mas tenha das mais altas taxas de pobreza do País, com desigualdades gritantes em termos de rendimentos e muitas famílias sem uma habitação digna para viverem. “O dinheiro manda no Governo Regional, mas as pessoas, a população, os cidadãos que vivem do seu trabalho não veem as suas condições de vida a melhorar, não veem os seus salários a aumentar, não veem os seus filhos e netos com oportunidades, não veem qualquer melhoria no tecido económico da Região, além do crescimento do betão”, constatou.
Miguel Iglésias referiu que o PSD não tem nada de novo a oferecer, não tem uma estratégia de futuro nem um desígnio, querendo apenas “o poder pelo poder”.
Por isso, salientou que em democracia há sempre alternativas e soluções, mostrando-se convicto de que, nas próximas eleições, os madeirenses e porto-santenses a escolherão, vincando que o PS-M “nunca se dobrou perante o regime e o poder regional do PSD” e que a Madeira “vai e tem de mudar”.