O líder do Juntos Pelo Povo (JPP), Élvio Sousa, emitiu um comunicado a apontar várias falhas no modelo económico e social da Região Autónoma da Madeira, com destaque para os monopólios em setores como o transporte marítimo para o Porto Santo.
Élvio Sousa recorda o estudo encomendado em 2018 por Pedro Calado, intitulado “Estudo qualitativo para a avaliação da realidade social, cultural e económica da RAM”, que “custou 111 mil euros ao contribuinte” e “que mais não foi para servir de barómetro para PSD definir a estratégia de campanha para as regionais de 2019”.
Nesse estudo, recorda, os madeirenses empregam globalmente e inteligentemente a palavra “monopólio”, por conhecimento de causa, abordando o “monopólio do transporte marítimo” com “preços demasiados elevados”; a situação que “inviabiliza a alternativa ao transporte aéreo (nomeadamente através de ferry) e que dificulta a entrada e saída de mercadorias e potencia o aumento do preço dos produtos.
Élvio Sousa cita um cidadão entrevistado do Funchal, que refere: “É tudo baseado em interesses. É tudo politiquices porque é um monopólio. O Sousa está ali há anos, e ninguém faz concorrência, porque é a política. Está ligado à política. Isto é muito complicado, porque é do Governo”.
O líder do JPP vai mais além e denuncia um cenário de exploração, onde “somos duas ilhas com preços elevados e exploradas até ao tutano por interesses de negócio e financeiros de meia dúzia”. Élvio Sousa aponta o dedo ao que chama de “silêncio cúmplice de alguns media”, citando António Macedo Ferreira, antigo presidente do Sindicato dos Jornalistas na Madeira: “Os jornais regionais e locais com cada vez menos jornalistas acabam por ser, não poucas vezes, a ‘voz dos donos’”.
No seu comunicado, Élvio Sousa exemplifica as diferenças de preços entre a Madeira e o arquipélago das Canárias. “Viajar entre Santa Cruz de Tenerife e Las Palmas, numa distância superior à que separa o Funchal do Porto Santo, custa apenas 26,95 euros por passageiro e carro. No Lobo Marinho, para o Porto Santo, a viagem custa 168,70 euros, ou seja, mais 141 euros”, sublinhou, acrescentando que esta disparidade revela a verdadeira natureza dos monopólios na região.
Com estas denúncias, Élvio Sousa desafia o Governo Regional a “adotar medidas que protejam os cidadãos, em vez de perpetuar monopólios que servem apenas os interesses de alguns”.