Sérgio Sousa Pinto, deputado do PS na Assembleia da República, não poupou a estrutura regional do partido na sequência da moção de censura que fez cair o Governo Regional de Miguel Albuquerque.
Para o deputado e comentador da CNN, a decisão do PS Madeira de votar favoravelmente uma moção de censura que partiu da iniciativa do Chega constitui mesmo um “embaraço para o PS nacional”, por considerar que os socialistas surgem assim “numa posição subordinada” ao partido de direita populista.
”O PS aparece numa posição subordinada e não a conduzir o processo político regional”, sublinhou, ontem à noite, num programa do canal informativo, acrescentando ainda que “derruba um governo eleito democraticamente”.
O antigo presidente da JS admite ainda que o PS “sinta uma enorme dificuldade em segurar um governo que tem não só o líder, mas também cinco secretários regionais na condição de arguidos”, mas argumenta que “um político responsável tem de equacionar as consequências das suas decisões”.
Consequências essas que, para Sousa Pinto, têm um efeito nacional, gerando uma confusão “embaraçosa para o PS”.
Nesse sentido, e lembrando que o partido “podia ter apresentado uma moção própria”, o deputado considera que, ao invés, o PS surge “a reboque do Chega”, com o partido de André Ventura “a comandar a agenda política regional e a derrubar um governo democrático”.
Todavia, Sérgio Sousa Pinto alerta que há também consequências regionais, desde logo com o facto de a decisão conduzir a um terceira eleição no espaço de pouco mais de um ano. Além disso, acredita, “os resultados não vão libertar a situação política regional do bloqueio em que se encontra”, sendo que, pelo contrário, “vai degradar as condições de governabilidade na Madeira”.
Para o deputado socialista, a concluir, a aprovação da moção de censura com o voto favorável do PS “não serve nenhum propósito útil e ainda corre o risco de reforçar o Chega”.