O líder do PSD/Madeira, Miguel Albuquerque, confirmou hoje que o partido vai concorrer sozinho caso o Presidente da República convoque eleições antecipadas na região autónoma, quebrando a coligação com o CDS-PP, tal como o JM já tinha avançado na edição impressa de 19 de fevereiro.
“Aquilo que eu proponho na minha moção é o PSD concorrer sozinho”, afirmou Miguel Albuquerque, indicando também que já entregou a sua candidatura às eleições internas da estrutura regional do PSD, agendadas para 21 de março.
Na segunda-feira, o líder do CDS-PP, Rui Barreto, referiu-se à decisão de os social-democratas avançarem sozinhos para eleições como uma “rescisão de contrato sem justa causa”, realçando que o seu partido foi “um fator de estabilidade, de competência, de responsabilidade no Governo Regional da Madeira”.
“Isso é uma metáfora”, disse Miguel Albuquerque, referindo-se à “rescisão de contrato sem justa causa”.
O líder social-democrata falava à margem de uma visita a uma escola, no Funchal, onde se deslocou na qualidade de presidente do Governo Regional (PSD/CDS-PP), cargo do qual se demitiu na sequência do processo que investiga suspeitas de corrupção no arquipélago, o que levou à queda do executivo, agora em gestão.
Albuquerque afirmou, no entanto, que o Governo Regional de coligação PSD/CDS-PP, liderado por si desde 2019, “funcionou muito bem e não houve qualquer problema de entendimento, quer o quadro governativo, quer no quadro parlamentar, quer no quadro partidário”.
“Neste momento, face à situação do partido [PSD], os partidos têm de ser avaliados pelo eleitorado, porque houve uma alteração de circunstâncias”, explicou, referindo-se à crise política provocada pelo processo que investiga suspeitas de corrupção na Madeira, no qual foi constituído arguido e demitiu-se.
A sua exoneração levou à queda do Governo Regional, de coligação PSD/CDS-PP, com o apoio parlamentar do PAN.
O líder social-democrata madeirense enalteceu o desemprenho do executivo entre 2019 e 2024, vincando que os partidos colocaram as “naturais divergências” de parte e trabalharam em conjunto para o “bem-estar e o desenvolvimento da Madeira”.
“Esse resultado está à vista de toda a gente, temos o maior crescimento económico de sempre, a maior riqueza criada de sempre na Madeira, taxa de desemprego residual, menos 58% do que em 2015 [ano em que assumiu pela primeira vez presidência], todos os setores da economia a crescer”, disse.