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PTP faz campanha à porta da assembleia para denunciar “casa das negociatas”

Data de publicação
23 Maio 2024
17:58

A candidatura do Partido Trabalhista Português (PTP) às eleições regionais da Madeira estacionou hoje a carrinha de campanha junto à Assembleia Legislativa, denunciando o que considera ser “a casa das negociatas” e reforçando o combate à corrupção.

“Viemos hoje à Assembleia Legislativa Regional, porque esta assembleia deveria de ser a casa da democracia, a casa da autonomia, mas não é. É a casa das negociatas, é a casa da distribuição do dinheiro pelos oligarcas do regime”, afirmou o candidato independente em terceiro lugar da lista do PTP às eleições regionais de domingo, Dionísio Andrade.

Vestindo uma ‘t-shirt’ branca com uma mensagem estampada em letras garrafais de que “políticos corruptos para a prisão”, Dionísio Andrade disse que o combate à corrupção é o tema principal da campanha do PTP e sublinhou que “há muitos anos” que o partido aborda essa questão, “desde o tempo do regime corrupto do doutor [Alberto João] Jardim”.

“Olho na máfia!” é uma das frases coladas na carrinha de campanha do PTP, assim como o compromisso de “abater a corrupção”.

Com um total de oito pessoas, entre as quais a cabeça de lista do partido às eleições regionais, Raquel Coelho, a caravana do PTP tentou passar a mensagem junto da população com cartazes: “Sorria! Está a ser roubado!”.

Em declarações aos jornalistas, o terceiro da lista do PTP apresentou dois exemplos do que considera ser “as negociatas” na Assembleia Legislativa da Madeira, referindo que “há leis da República que têm como objetivo combater a corrupção” e quando chegam à região vão “à assembleia para modificar o teor dessas leis”.

“Dou o exemplo do centro de inspeções automóveis, que há uma lei nacional que proíbe que um centro de inspeções tenha outro centro no concelho vizinho. Aqui fez-se o contrário, permitiu-se que o mesmo proprietário desses centros fizesse centros de inspeção automóvel em todos os concelhos, criou um monopólio aqui na Madeira, com a agravante de que a região vai ter de pagar cerca de 30 milhões de euros de um concorrente que foi excluído dessa lista”, disse.

Dionísio Andrade falou ainda sobre o cumprimento da lei do Plano Diretor Municipal (PDM), referindo que na Madeira foi permitido “que se suspendesse o PDM em determinadas zonas para se construir, por exemplo, na zona do Dubai, na zona da Praia Formosa, para satisfazer os oligarcas do regime”.

“Nós estamos contra esta manipulação das leis a favor dos amigos do regime”, frisou.

O n.º 3 da lista do PTP manifestou ainda a convicção de o partido conseguir eleger Raquel Coelho ao parlamento regional, “para denunciar todas estas jogatanas que só favorecem uns e prejudicam a maior parte da população da Madeira”.

As legislativas da Madeira decorrem no domingo, com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.

As eleições antecipadas ocorrem oito meses após as mais recentes legislativas regionais, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.

Em 2023, a coligação PSD/CDS venceu sem maioria absoluta e elegeu 23 deputados. O PS conseguiu 11, o JPP cinco, o Chega quatro, enquanto a CDU, a IL, o PAN (que assinou um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas) e o BE obtiveram um mandato cada.

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