Francisco Gomes, deputado madeirense eleito pelo Chega para a Assembleia da República, acusou o governo da Aliança Democrática de não lutar de forma séria pela dignificação das Forças Armadas. Numa audição integrada na discussão do Orçamento de Estado na especialidade, o parlamentar madeirense argumentou com ministro da Defesa, Nuno Melo, que, a seu ver, a vida dos militares tem sido marcada por excesso de elogios, mas um grande défice de meios e condições de trabalho.
“Portugal especializou-se em dar às Forças Armadas palavras simbólicas a mais, mas uma realidade salarial que nos devia fazer corar de vergonha e que nos leva a perguntar, sem obter resposta, qual é, afinal, o valor que o Estado português dá à vida daqueles que sentem, como muito poucos, o significado da Pátria.”
O deputado do Chega fez ver ao governante com a pasta da Defesa de que, na sua opinião, a grandeza de uma nação também se mede pelo humanismo com que trata aqueles que fizeram missão de vida defendê-la e estão sempre prontos a lutar pela sua integridade, mesmo que isso implique o sacrifício da própria vida. Por isso, alertou Francisco Gomes, o Estado deve entender a valorização das suas Forças Armadas como um compromisso de honra.
Numa referência indireta ao recente incidente de alegados insultos de Paulo Rangel, ministro dos Negócios Estrangeiros, a militares na Base de Figo Maduro, Francisco Gomes recordou ao ministro da Defesa que os homens e mulheres das Forças Armadas portuguesas nunca exigiram riqueza, mas apenas a valorização justa das suas carreiras.
“Servir a pátria não tem de significar uma vida de constante sacrifício financeiro. Ainda por mais porque os nossos militares não querem, nem exigem, riquezas. Pedem, apenas, dignidade, mesmo que, em troca, sejam insultados pelos governantes deste país”, afirma.
A concluir, Francisco Gomes perguntou a Nuno Melo qual seria o sentido de voto das bancadas do PSD e do CDS, que suportam o governo da República, no projeto já entregue pelo CHEGA que prevê a criação de um subsídio de insularidade para os militares das Forças Armadas em missão nas regiões autónomas.
“Como vão votar os partidos que suportam o seu governo? Vão acompanhar o CHEGA neste projeto ou vão ficam pelas boas intenções, pelas palavras bonitas, pela demagogia barata e votar contra esta importante e justa medida?”, questiona o deputado.