O Sindicato dos Trabalhadores na Hotelaria, Turismo, Alimentação, Serviços e Similares da RAM não aceitou a proposta de aumento salarial de 5,5% apresentada ontem pela da Mesa de Hotelaria da ACIF – CCIM e manterá a greve na passagem de ano, entre as 00h00 do 30 de dezembro e as 24h00 de 1 de janeiro.
Em declarações à rádio 88,8 JM FM, Adolfo Freitas, presidente do Sindicato de Hotelaria da Madeira, considerou tratar-se de uma proposta “irrisória”, especialmente num ano em que o setor teve um forte crescimento.
“Com entrada de turistas, muitas dormidas, aumento de receitas, do RevPAR, de lucros ...os hoteleiros, a partir do próximo mês, irão ter uma redução de 1% no IRC, vão beneficiar de 2,5 da taxa turística e, portanto, era expectável que nós, este ano, negociássemos um aumento salarial com alguma facilidade. Infelizmente, não foi isso que aconteceu”, afirmou, acusando a ACIF de não querer negociar aumentos salariais “dignos e justos”.
Recorde-se que, conforme explicou ontem ao Jornal Eric Schumann, presidente da Mesa de Hotelaria da ACIF, a proposta contemplava um acréscimo salarial de 5,5% com a garantia de que nenhum trabalhador teria aumento inferior a 53 euros. No entanto, Adolfo Freitas esclarece o impacto real desse valor nos salários dos profissionais.
“Na grande maioria dos trabalhadores, que ganham atualmente 862 euros, com os 53 euros a partir de janeiro vão ganhar o salário mínimo regional, ou seja, 915 euros. Portanto, digamos que os trabalhadores com 10/15 ou 20 anos de profissão vão ganhar o salário mínimo e mesmo aqueles trabalhadores que ganham mais, no grupo 1 - com hotéis de cinco e quatro estrelas - apenas três níveis de remuneração vão ganhar acima dos 65 euros e o resto toda a gente ganha abaixo dos 65 euros. E no grupo 2 e 3 então é que a situação é ainda mais grave”, apontou.
“Na grande maioria dos trabalhadores, que ganham atualmente 862 euros, com os 53 euros a partir de janeiro vão ganhar o salário mínimo regional, ou seja, 915 euros. Portanto, digamos que os trabalhadores com 10/15 ou 20 anos de profissão vão ganhar o salário mínimo e mesmo aqueles trabalhadores que ganham mais, no grupo 1 - com hotéis de cinco e quatro estrelas - apenas três níveis de remuneração vão ganhar acima dos 65 euros e o resto toda a gente ganha abaixo dos 65 euros. E no grupo 2 e 3 então é que a situação é ainda mais grave”, constata Adolfo Freitas.
Manifestação na segunda-feira
Ora, o certo é que os trabalhadores não vão baixar os braços e continuarão a sua luta, estando já agendada para a próxima segunda-feira, dia 30 de dezembro, às 11h00, uma manifestação que se iniciará junto à Rotunda do Casino da Madeira, seguindo depois até à Secretaria Regional de Turismo, tutelada por Eduardo Jesus.
“Não era isto que gostaríamos de estar a tratar nesta altura, mas, infelizmente, foi assim que as entidades patronais nos abrigaram e é assim que as entidades patronais quiseram. Portanto, todo o prejuízo que possa vir a ser dado dentro das empresas só há um responsável: são as entidades patronais. Criaram o problema, nós somos a solução”, rematou.