O presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz deixou, esta manhã, no seu ponto de órgão, uma mensagem de esperança num novo governo, para o próximo ano.
“Ao longo das últimas décadas, a Região Autónoma da Madeira tem sido governada pelo mesmo partido, uma continuidade que, em teoria, deveria trazer estabilidade e progresso. Contudo, a realidade vivida pela maioria dos madeirenses apresenta-nos um panorama muito diferente: o distanciamento das elites governantes face às necessidades do povo trabalhador tornou-se evidente e insustentável”, começou por referir Filipe Sousa.
A isto, adita que “quem ocupa os corredores do poder parece nunca ter conhecido a verdadeira força do trabalho. Não entendem o esforço daqueles que, diariamente, se dedicam de corpo e alma para sustentar as suas famílias”. O autarca considerou, deste modo, que o atual Governo Regional “não fala a mesma linguagem do povo”.
“Não conhece a enxada, a foice ou os calos nas mãos. E é exatamente essa desconexão que perpetua a ausência de políticas eficazes para melhorar a vida dos madeirenses”, vincou.
Uma vez que, a seu ver, a Madeira é uma terra “de gente resiliente, que sempre lutou contra as adversidades do isolamento geográfico e das condições económicas adversas”, criticou que tenha vindo a ser “negligenciada por quem deveria ser o seu maior defensor”. “Em vez de olhar para o futuro com planos sólidos, o governo parece insistir em práticas ultrapassadas e em promessas ocas. Mudar para os mesmos ou perpetuar um sistema que dilui responsabilidades é, na prática, entregar um cheque em branco para que continuem a ignorar o essencial: a dignidade e o bem-estar dos madeirenses”, frisou.
Filipe Sousa recordou, ainda, que a taxa de pobreza na Madeira “é uma das mais altas do país”, algo que no seu ponto de vista “é inadmissível”, após quase 50 anos sob a mesma liderança política, sendo que tantas famílias ainda vivem “sem as condições básicas que deveriam ser garantidas”.
“Isto não é apenas um fracasso político; é uma afronta a todos aqueles que contribuem, com o seu trabalho, para o sustento da Região”, expressou o edil.
Por fim, Filipe Sousa alertou que “é urgente uma mudança”. “O ano de 2025 deve trazer consigo não só saúde e prosperidade, mas também uma nova governação, mais próxima do povo, mais atenta às suas necessidades e menos comprometida com interesses que nada têm a ver com os madeirenses. A Madeira merece líderes que valorizem as suas raízes e que estejam dispostos a lutar pelo bem comum, e não apenas pela manutenção do poder”, disse.
“A Madeira é terra de trabalho, de luta e de força. Que os ventos de mudança soprem finalmente para esta ilha, trazendo um novo começo que honre a história e o valor do seu povo”, rematou.