O Museu Etnográfico da Madeira (MEM), espaço tutelado pela Secretaria Regional de Economia, Turismo e Cultura, através da Direção Regional da Cultura, será palco para o lançamento do livro infantojuvenil “A Fiandeira”, de Rafaela Rodrigues, amanhã, dia 31 de outubro, pelas 17h30. O secretário regional de Economia, Turismo e Cultura, Eduardo Jesus, estará presente no evento.
A autora explica que a sua mais recente obra se inclui no projeto literário ‘Profissões’ editado pela CADMUS, “uma coleção de livros ilustrados sobre profissões típicas da Madeira, da sua cultura e da sua (nossa) identidade. As profissões ilustradas até agora foram: O Pescador; A Bordadeira; O Levadeiro e agora, a estas, junta-se A Fiandeira”.
“A Fiandeira é a pessoa responsável por transformar a lã, matéria-prima, em fio. E este fio, que provém de um ser vivo que anda livre, transforma-se depois no barrete, que é um símbolo madeirense”, acrescenta Rafaela Rodrigues.
Na apresentação da obra haverá uma conversa informal, na qual a autora falará sobre a profissão em questão, o seu trabalho de campo e recolha, e a edição e tratamento da informação, para a construção das ilustrações e do texto do livro.
Recorde-se que a apresentação do livro no MEM acontece no âmbito da mostra “Onde a Lã Vive”, inaugurada no passado dia 17 de outubro. O projeto expositivo resulta de uma parceria com o Coletivo Enfia o Barrete (Irina Andrusko e Luz Ornelas) teve, ainda, a colaboração da autora Rafaela Rodrigues e é o resultado da recolha e estudo prático à volta de dois rebanhos em regime silvipastoril (ACGSP), duas fiandeiras de lã Isabel da Eira e Isabel Ferreira e o repertório de tricot/malhas. Tem como objetivo dar a conhecer a lã, uma matéria-prima regional, ao longo do seu ciclo completo, desde a pastagem até à sua transformação em objeto, destacando a sua ligação à natureza e o papel fundamental do homem neste processo. O percurso expositivo abrange o trajeto da lã, desde o mundo vegetal e animal até à sua integração na cultura.
Rafaela Rodrigues cresceu em Machico, muito perto do mar. Desde pequena que gosta de histórias. Estudou Design na Universidade da Madeira e é mestre em Ilustração pela Escola Superior Artística do Porto - Guimarães.
Colabora com galerias como a Ó!Galeria Ilustração, a Ó!Galeria Cerâmica (Porto) e a Circus Network (Porto). Em 2018, foi selecionada para o Encontro Internacional de Ilustração de São João da Madeira (Aveiro).
Em 2021 e 2023 foi selecionada para o prémio big, com ilustrações dos livros “O Pescador” e “A Bordadeira”, respetivamente.
Em 2021, ilustrou o livro Vidas (Des)Conhecidas: Lourdes Castro, editado pela Cadmus, com texto de Carlos Diogo Pereira. O livro teve o apoio da própria artista plástica e o Alto Patrocínio do Presidente da República Portuguesa.
Em 2022, lançou, através da Editora Cadmus, a obra Uma Casa sem Nome para Depois, resultado do seu projeto de mestrado, escrito por João Giz e ilustrado por si. Algumas ilustrações deste livro foram selecionadas para o Catálogo da Ilustração Nacional 2023. Gosta muito de livros e de tudo o que os livros podem ser.